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Finanças & Investimentos

Construa hábitos que lhe tornem rico

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 13/05/2016 08:30

Há algum tempo eu tenho o hábito de correr. Aprendi lá em meados de 2005, com um colega de trabalho, que insistiu para que eu o acompanhasse em seus treinos e provas. O Rodrigão teve paciência comigo. Eu mal corria 1 km e já tinha que caminhar uns 500 metros para conseguir correr mais 1 km. Como foi difícil sair da zona de conforto do sedentarismo e modificar este hábito. Naquela época, só de pensar em me exercitar eu já ficava cansado.

Segundo Charles Duhigg, autor do famoso livro “O Poder do Hábito”, o caminho mais fácil para eliminar um mau hábito é, na verdade, modificá-lo. Isso ocorre dentro do que ele chama de loop do hábito. Segundo explica, os hábitos são formados a partir de uma sequência composta por uma “deixa”, por uma “ação” e por uma “recompensa”.

O meu hábito era chegar em casa após o trabalho, tirar a mochila das costas e sentar no sofá, de frente para a TV (a deixa). Isso disparava em mim o desejo de comer algo assistindo a algum programa (ação). Fazer isso me gerava grande satisfação, e eu ficava ali por mais de uma hora, beliscando umas comidas e assistindo TV (recompensa).

O Rodrigão fazia outra coisa: chegava em casa, trocava de roupa e ia correr. O loop do hábito dele era outro. Ele deixava as roupas de correr estendidas no sofá, logo pela manhã, e saía para trabalhar. Quando voltava para casa, no fim do dia, ele via as roupas no sofá (a deixa). Então comia algo leve e energético, trocava de roupas e saia para correr (ação). Quando voltava, tomava um banho demorado e se sentia muito bem, pois eliminava todo o estresse daquele dia. Estava revigorado física e mentalmente (recompensa).

Iniciar a prática de esportes ou começar a organizar a vida financeira são coisas que tem muitas semelhanças entre si. Ambos requerem o estabelecimento de loops de hábitos que ajudam a manter uma rotina positiva, que tem como objetivos alcançar as metas estabelecidas.O maior motivo de fracasso das pessoas com as suas finanças pessoais pouco tem a ver com seus conhecimentos técnicos sobre investimentos. O problema está nos comportamentos de consumo que costumam acontecer de forma irracional.

O loop do hábito do consumo é acionado pelas mais variadas campanhas publicitárias, que instigam a compra de produtos, serviços e experiências (são as deixas). Então gostamos do que vemos e acreditamos que aquilo vai nos deixar mais felizes e compramos (ação). Por algum tempo experimentamos uma grande satisfação com o novo objeto ou com a nova experiência (recompensa), mas depois o prazer acaba.O problema é que agora o cérebro já aprendeu este loop e sempre que ver outro bem de consumo sendo anunciado como “a novidade do momento”, ele irá instigar você, já dentro do loop do hábito, a buscar recompensas.

Se não nos damos conta desses processos, que são armados constantemente em nossas mentes, terminamos por nos tornar consumistas habituais, muitas vezes comprando o que não precisamos (supérfluos) e com o dinheiro que não temos (empréstimos, que geram as dívidas).
Pronto. Está formado o hábito da pobreza, que escraviza muitas pessoas, impedindo-as de desfrutar de uma vida melhor pelo simples fato de quererem sempre satisfazer seus desejos imediatamente e provar alguma coisa para os outros.

Não pense que isso acontece só com os mais desajustados. Nada disso! Mesmo sabendo como funciona nosso cérebro, qualquer um de nós, se não tiver desenvolvido o hábito de criticar nossos processos de compra, pode se tornar escravo de uma determinada situação.

Outro livro interessante, que explica o motivo de tomarmos decisões impulsivas, é chamado “As Três Mentes do Neuromarketing”, de Marcelo Peruzzo. O livro apresenta três personagens que representam as três áreas de nosso cérebro, que comandam tudo o que fazemos.Temos o Einstein, que é nosso potencial mental que comanda a racionalidade, a inteligência, a criatividade, entre outros processos conscientes que realmente nos diferenciam dos animais.

Ele é orientado ao mesmo tempo pelas emoções, instintos e genética. Temos a Princesa, que é nosso potencial mental emocional, e que está normalmente em estado de emoção negativa, podendo ter momentos de alegria, felicidade e prazer. Ela é orientada ao mesmo tempo pela razão, instintos e genética.

Por fim, temos o Macaco, que é o potencial mental que comanda nossos instintos. Quando orientado pelo Einstein e pela Princesa, ele é comportado, mas se agir sozinho é capaz de fazer coisas animais, perigosas e promíscuas. Ele é orientado ao mesmo tempo pelas emoções e pela razão.As empresas de publicidade estudam detalhadamente estes temas vinculados à neurociência para criar suas campanhas de marketing de tal forma a deixar nosso Einstein vulnerável. Desta forma, nossas decisões de consumo serão pautadas pelas emoções e pelos instintos, algo perigoso para o nosso bolso.

Conclusão - Em um mundo complexo, o melhor caminho é adquirir conhecimentos que ajudem em nossos processos de autoconhecimento e na criação de bons hábitos, não apenas de consumo responsável, mas em várias outras áreas da vida. Entender tudo isso é importante, pois, no fim, os únicos responsáveis pelas nossas ações somos nós mesmos. Pense nisso! Um abraço e até a próxima!

Fonte: Giovanni Coutinho /dinheirama.com.br
Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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