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Finanças & Investimentos

Os valores por trás das escolhas e comportamentos

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 26/09/2016 08:27

Embora o título deste texto mencione uma escolha bem específica, o objetivo aqui é tratarmos a questão por trás da escolha. Nas várias oportunidades que temos de conversar sobre finanças com as pessoas, percebemos um problema comum: a dificuldade em se definir os valores. Se formos um pouco para o lado técnico da questão (depois voltamos para o comportamental), valor é uma coisa e preço é outra completamente diferente. Enquanto o preço é algo estabelecido por quem vende, o valor é atribuído por quem deseja ou compra alguma coisa.

O preço é bastante influenciado pelo senso comum de valor das pessoas, mas isso não é uma regra. Já o valor, é algo bem pessoal. É fato que alguns vendedores são muito bem treinados para “despertar” o valor de seus produtos ou serviços nos seus clientes. Ainda assim, é quem compra que vai decidir se realmente vê valor suficiente naquilo que está sendo oferecido, para pagar o preço estabelecido.

Valores herdados - É muito comum ouvirmos pais de crianças pequenas conversando sobre o futuro dos filhos e mencionando as palavras “valores e princípios”. Todos querem o melhor para seus herdeiros. Entendem (ao menos teoricamente) a importância de ensiná-los a valorizar aquilo que realmente importa. O problema é que sem perceberem, com suas atitudes e exemplos do dia a dia, terminam transferindo para seus filhos seus próprios valores, muitas vezes distorcidos.

Mas se valor é algo pessoal, como podem estar distorcidos? Digo isso sob o olhar da educação financeira. Você já sabe como é importante ter disciplina no curto prazo para alcançar bons resultados no longo prazo. A distorção que menciono, é quando alguém abre mão desta disciplina de forma irresponsável, colocando em risco algo mais importante, que seria alcançado no futuro. Algo que influencia na qualidade de vida própria e também dos dependentes. Muitos pais sabem que têm problemas nesta área, mas ainda não conseguiram realizar as mudanças necessárias em suas próprias mentes. Com isso os erros vão sendo enviados aos poucos para a mente de seus filhos, de forma lenta e sutil.

A influência social e da mídia - Como se não bastasse isso, o convívio social e a mídia também exercem forte influência naquilo que pensamos e fazemos. Os maiores instrumentos geradores de valor utilizados pelas campanhas de marketing e publicidade são a “dor” e o “prazer”. Se um vendedor consegue mostrar que o produto ou serviço que ele oferece elimina sua dor ou gerar prazer na sua vida, as chances de você comprar são enormes (ainda que não tenha dinheiro suficiente e precise recorrer aos empréstimos). Você pode até não se endividar para adquirir um produto numa decisão mais emocional do que racional, mas talvez vá desequilibrar seu orçamento, ao ponto de não priorizar aquelas coisas que vão gerar bons frutos mais adiante.

A dificuldade de escolher pensando nas prioridades - Agora podemos voltar à pergunta que foi utilizada no título deste texto. Ela expressa a dificuldade que muitos têm entre atender aos seus desejos imediatos e investir priorizado o médio e longo prazo. Pense comigo: faz sentido para você investir numa boa educação para o seu filho, pagando uma escola particular, ainda que você tenha que andar num carro mais velho?

Pensando no futuro do filho, no impacto positivo que uma boa educação trará, e no fato de que o carro, em sua essência, serve para transportar pessoas, parece muito razoável abrir mão de ter um carro caro para poder pagar a escola da criança. Para mim é fácil pensar assim, uma vez que na minha escala de valores, educação vale muito mais do que um carro. Mas como os valores são pessoais, muita gente não vai concordar comigo (ou até concordam, mas não fazem isso na prática). Existem inúmeras situações similares onde o conceito exposto pode ser aplicado. O cerne do problema quase sempre está associado à vaidade e ao status.

Preferimos gastar nosso dinheiro com coisas que simbolizam riqueza material e bom posicionamento social, ao invés de priorizarmos o duradouro, aquilo que ninguém conseguirá tirar de nós, como o conhecimento.

Conclusão - Procure exercitar na sua mente aquelas coisas que causam impactos verdadeiros ao longo da vida. O conhecimento, a saúde, os bons relacionamentos interpessoais, a integridade, são alguns exemplos. Resgatar esses valores e priorizá-los quando o assunto envolver o uso do dinheiro, sempre trará resultados melhores e duradouros. Enfim, cuidado para não trair seus verdadeiros valores. A vida costuma cobrar um alto preço por isso, lá na frente. Um abraço e até a próxima!

Fonte: Giovanni Coutinho/Dinheirama.com
Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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