ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 23º

Finanças & Investimentos

Spread bancário do Brasil - o mais alto do mundo!

Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 09/12/2013 07:57

Olá amigo leitor, o artigo de hoje pode parecer não ter nenhuma relevância prática de inicio, mas não se engane. Estar consciente do custo de utilização de produtos bancários tem tudo a ver com a sua vida prática, principalmente quando se coloca na ponta do lápis quais os valores que pagamos as instituições financeiras quando consumimos seus produtos e serviços. Já falamos sobre o spread bancário aqui na coluna neste artigo (http://www.campograndenews.com.br/colunistas/financas-e-investimentos-sem-complicacao/o-que-e-spread-bancario), nele você pode conhecer um pouco sobre esse vilão, e compreender que se trata nada mais nada menos, do que a diferença dos juros pagos a quem toma dinheiro emprestado do banco, para quem empresta dinheiro ao banco.

Apenas para que você fique ainda mais por dentro deste assunto, o spread bancário é formado pelos seguintes custos: 1) custo de captação, que é quanto custa o dinheiro para o banco tendo em vista que a referência é sempre a Selic. 2) cunha fiscal, que são os impostos e o compulsório (depósito obrigatório que deve ser realizado pelos bancos junto ao banco central, tanto a prazo quanto à vista, conta corrente e investimentos). O governo aumenta ou diminui o compulsório conforme o dinheiro que pretende tirar ou injetar na economia. 3) despesas administrativas: custos com agências e funcionários. 4) custo do risco: claro que os bancos embutem a previsão de perda ou inadimplência. 5) margem líquida do banco ou receita. Entre estes 5 itens, a inadimplência (ainda em níveis elevados no país, o que também é fator que contribui neste custo elevado do spread), a cunha fiscal, e o lucro dos bancos, são os itens que mais pesam.

Nas últimas semanas, foi divulgado um levantamento apontando que os juros cobrados do consumidor bateram o recorde dos últimos 18 meses pela elevação da taxa básica, a Selic, em 2013. Enquanto um CDB, por exemplo, rende entre 0,4,% á 0,5% a.m. quando muito, a taxa média de juros do cheque especial subiu de 7,85% para 7,89% ao mês de setembro para outubro. No mesmo período os juros do cartão de crédito subiram de 9,41% para 9,45% ao mês. Na prática, significa que em um empréstimo de R$ 2.000, por exemplo, no cheque especial para pagamento de 12 meses, o valor da parcela mensal subiu R$ 0,55, passando para R$ 263,88. São R$ 6,60 a mais por ano.

No cartão de crédito, as parcelas mensais passam de R$ 285,13 para R$ 285,66 --uma diferença de R$ 0,50 por mês ou de R$ 6 por ano. É importante entender, no entanto, que a Selic não é o único nem o maior problema da economia. O spread bancário é um vilão maior, sendo ainda, o mais alto do mundo.

O spread se manteve em patamares extremamente elevados em níveis mundiais, mesmo com as quedas representativas nas taxas de juros que aconteceram desde o final dos anos 1990.
Para se ter uma ideia, na década atual, o spread gira em torno de 40% no Brasil, sendo que, no México, não passa de 12%. Em relação aos EUA e à Europa, a diferença é ainda maior, já que o índice nesses locais gira em torno de 3%. Outro dado que comprova isso é o ranking do FEM (Fórum Econômico Mundial), que apontou que, de 138 países que medem o spread, o Brasil se encontra hoje na 137ª posição. Ganhamos de Madagascar, sem grande papel na economia mundial.

E você leitor, entende á relevância do spread no momento de consumir produtos e serviços bancários? Compartilhe sua opinião. Até a próxima.

Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com

Nos siga no Google Notícias