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Manoel Afonso

Administrar: o prêmio amargo dos novos prefeitos

Manoel Afonso | 21/10/2016 10:30

1-SORRISOS Foram quase 50 vereadores e 16 prefeitos/vices eleitos, marcando presença em nada menos que 42 cidades. Esse é o balanço positivo do deputado estadual Junior Mochi (PMDB), que lembra: “cada campanha é uma chance de aprendizado e crescimento”.

2-SORRISOS O PEN, do deputado estadual Lídio Lopes, elegeu três prefeitos; Eldorado, Dourados e Douradina, três vices e 31 vereadores. Em Dourados, fez dois vereadores; seus 10 mil votos foram decisivos, pois o candidato Geraldo Resende perdeu por 4.193 votos.

‘MICK JAGGER’ O desempenho pífio dos candidatos apoiados pelo deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS) nas últimas eleições motivam a comparação com o cantor ‘pé frio’ em matéria de prognósticos. O parlamentar elegeu só 2 prefeitos; Terenos e Água Clara.

CONCEITOS A conduta do governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), lembra a frase “O bom governo prefere o desgaste do ‘não’ do que os elogios do ‘sim’ irresponsável". Já a postura dos opositores segue a dica de Bismarck: “Oposição não é ficar sentado ao lado da jaula esperando o leão comer o domador”. E segue a ‘galopeira’.

2º TURNO Previsível: os tucanos animados com novas estratégias e mais gente na campanha. Depois de Aécio Neves (PSDB-MG), será a vez do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), visitar Campo Grande. Na TV, a guerra de pesquisas, promessas, críticas e a fala de vereadores eleitos. Tudo é válido nestas horas. Lembro: em eleição não vale aquela justificativa ‘quase ganhamos’.

INCÓGNITA O deputado José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PSB), voltará à Assembleia Legislativa em 2017? Com a derrota do deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS), em Dourados, seu projeto de tentar a Câmara Federal em 2018 pode ter furado. Inteligente, ele já faz a leitura do quadro.

MOKA O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) comemorando a aprovação de suas três emendas na Comissão de Infraestrutura do Senado: R$ 50 milhões para construção do anel rodoviário na BR-262 de Três Lagoas; R$ 50 milhões para a ponte de Porto Murtinho; R$ 300 milhões para a construção da ferrovia Cascavel (PR) a Maracaju.

‘PARABÉNS’ aos petistas. No poder, lembram os gafanhotos no campo. Quebraram a Petrobras, os Correios e até a Embrapa, que era uma referência mundial de pesquisa. Onde você imagina, tinha um petista orquestrando barbaridades que afundaram o país.

SONHOS Turbinaram candidaturas envolvendo o eleitor. Com o resultado das urnas, é hora dos eleitos recolocarem os pés no chão e olharem abaixo das nuvens. As fantasias e as metáforas de palanque valem pouco. Precisam encarar a realidade de seu município.

ATENÇÃO para as principais fontes de recursos que garantem a vida das cidades: ICMS, FPM, IPVA, ITR, FIS, FUNDEP, IPTU, ISS. O prefeito deve se preparar para acompanhar com muito cuidado o desempenho e a evolução dessas receitas. Se não...

EQUÍVOCOS Em todo início de mandato, principalmente nas cidades interioranas, há dificuldades de gestores de primeira viagem em lidar com as regras da administração pública. Esqueçam a mobilidade da iniciativa privada! A máquina pública atua em marcha lenta.

LEMBRO No conceito popular, a velha burocracia impede soluções rápidas e eficientes devido aos seus regulamentos e rotina. Nela é visível a impessoalidade dos funcionários acostumados aos detalhes e regras às vezes pouco pragmáticas.

DESAFIOS Neste cenário desconhecido de boa parte dos novos gestores, é que eles tentarão concretizar seus projetos, às vezes incompatíveis com a situação econômica ou com as regras burocráticas exclusivas da preguiçosa administração pública.

EXEMPLOS Dinheiro ‘carimbado’ da educação tem que ser aplicado exclusivamente neste setor. A saúde é outro monstro de sete cabeças. Devido, por exemplo, à falta de um carimbo num documento de convênio, muitas pessoas podem ficar sem atendimento.

DELÍRIO O prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP), sonha disputar o Senado ou o Governo em 2018. Mas vem a cruel pergunta: será que suas contas serão aprovadas pela Câmara Municipal e não sofrerão restrições no Tribunal de Contas do Estado? Aí mora o perigo.

ISOLADO É como o prefeito Bernal sempre fez questão se comportar. Naturalmente que agora, apesar do apoio de conveniência ao candidato Marcos Trad (PSD), poderá colher os dividendos amargos de seu estilo. Ora. Política não se fez sozinho, mas em grupo.

E AGORA? Vários candidatos ‘apolíticos’ se elegeram prefeitos por mérito próprio e vão precisar de sustentação política. Formar um grupo político exige vários fatores convergentes. Não é como aquele ganhador na loteria que resolve por hobby montar um time de basquete. Contrata técnico/jogadores e ponto final. Resolvida a questão.

EFEITO da causa. Apesar da maior presença da mídia, a relação do eleitor com o político vem mudando para pior, mais distante e impessoal. O eleitor ficou mais cético e o político perdeu a áurea de antes. Essa mudança de postura não é fruto do acaso e, sim, dos sucessivos escândalos envolvendo políticos. Não podia ser diferente.

A PROPÓSITO Só a frieza do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de políticos expostos na mídia já justifica a frase: ‘político de sucesso corta a cabeça de aliado fiel e dorme sem remédio’. Como lidar com R$ 220 milhões no banco e sendo investigado? É muito frio.

É PENA! O parlamentar brasileiro olha muito para dentro de si e de sua casa e família. Seu ego é indomável, digamos assim – sem medida. Sempre quer mais, não tem bom senso e autocrítica. Seria o caso de se questionar: será que não sabe que é observado?

UM ABUSO Clientela chiando com as formalidades de transição do HSBC para o Bradesco: senha aqui, acessa o site, pega o código, vai para a fila da agência, espera o cartão, cadastra biometria e aí vai. Quem não tem intimidade com essas mídias dança! Com sua sanha pelo lucro, na capital o Bradesco fechará várias ex-agências HSBC.

“Nunca perguntei qual a origem do dinheiro”. (Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha)

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