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Manoel Afonso

‘As coisas mudarão para ficar como estão?’

Manoel Afonso | 24/10/2014 15:08

PESQUISAS Elas revelam: a maioria não se lembra em quem votou no último pleito. Se é que a ‘amnésia’ não é fruto de razões profundas e inconscientes. Como se diz: É bem melhor esquecer do que lembrar e ter sérios problemas de consciência.

DÚVIDA Nestas eleições a sucessão presidencial irá influenciar os pleitos estaduais, tal qual ocorreu em 1986, onde o Plano Cruzado de Sarney decidiu a favor? Essa indagação vale também para nosso Estado onde PT-PSDB travam guerra ‘interessante’.

CENÁRIO Houve o realinhamento partidário com o PMDB e PSDB esquecendo os atritos das eleições na capital e agora juntos tentam vencer o PT. No MS as afinidades entre as lideranças do PMDB e PSDB são maiores do que as divergências.

AZAMBUJA e Delcídio se apresentam com o rotulo da renovação, mas não passam a impressão que desprenderam das lideranças matrizes partidárias. Aliás, esses vínculos são imprescindíveis na formatação de grupos que sustentam as candidaturas.

UTOPIA imaginar uma disputa eleitoral só com ‘bons moços’, despojados de qualquer sentimento de ambição e vaidade. Aliás, esse binômio faz bem, combustível formidável para qualquer cidadão, inclusive aos anônimos que caminham na multidão.

SEM ILUSÕES Também na antiga Roma e Grécia o quadro político não era a seleção dos puros e intocáveis. Tal qual lá, hoje no Brasil o cenário lembra uma banca de feira livre; cabendo ao eleitor fazer a escolha segundo seus critérios ou necessidades.

DEBATES É o caso de tirar as crianças da sala diante de tantos excessos e mesmices já mostrados ao longo do horário eleitoral. Não podem servir de parâmetros ao eleitor. Já disse: entrevistas imparciais com os candidatos são melhores que os debates.

DÚVIDAS Se vencer, Dilma faz a reforma política e acaba com o fator previdenciário? Se vencer, Aécio acaba com a reeleição criada por FHC? Mas, ganhe quem ganhar o PMDB continuará levando vantagem para fazer a diferença. Já vimos o filme.

REPRISE Qualquer que vença aqui no Estado dependerá do PMDB para viabilizar a administração. Quem circula pelos corredores da AL sabe dos preparativos para ‘recepcionar’ o governador. A Assembleia não é a ‘república dos inocentes’.

‘FENÔMENOS’ Eles surgem com votação espetacular em todas as eleições para a Câmara Federal em nosso Estado. Beneficiados por apoios diretos ou em função da conjuntura do cenário local, eles acabam se tornando campeões das urnas.

MEMÓRIA No pleito de 1982 Levy Dias foi a estrela com 65.122 votos. Ex-prefeito, tinha prestígio e fora preterido na convenção do PDS que escolheu (pelo dedo de Pedrossian) José Elias para enfrentar e perder a eleição para Wilson Martins.

NO PLEITO seguinte (1986) Levy foi reeleito com 49.556 votos; 15.566 votos a menos. Era a vez de Gandi Jamil ser o campeão. Companheiro de Levy no PFL, obteve 86.705 votos, credenciando-o a disputar o governo em 1990 contra Pedrossian.

A TAÇA de campeão mudou de mãos em 1990 com o surgimento de Flávio Derzi no cenário. Abrigado no PST e com as bênçãos do pai senador Rachid chegou a Câmara Federal com 61.203 votos. Pelas circunstâncias, esperava-se uma votação maior.

PUCCINELLI: foi o campeão em 1994, com 65.091 votos, após se eleger deputado estadual em 1990 com 13.764 votos. Já Flávio Derzi foi o último colocado entre os eleitos (24.455 votos) pelo seu envolvimento no caso ‘Anões do Orçamento’.

ELEIÇÕES 1998: O campeão foi Ben Hur, com 79.655 votos, após ter sido eleito vereador em 1992, deputado estadual em 1994, candidato a vice prefeito (de Zeca) da capital em 1996 e em 2000 disputou a prefeitura perdendo para André.

ELEIÇÕES 2002: Com 101.815 votos Vander Loubet foi campeão de votos para a Câmara Federal. Sobrinho do então governador Zeca, soube tirar proveito político do poder e para os analistas foi um resultado que não chegou a surpreender.

VANDER conseguiu um fato inédito nas eleições de 2006 ao ser novamente o candidato mais votado para a Câmara, pulando dos 101.815 votos para 118.529 votos. Houve portanto um acréscimo de 16.714 votos em relação ao primeiro pleito.

GIROTO O mais votado em 2010: 147.343 votos. Já Vander, com bom trânsito no Governo do PT , viabilizou muitos recursos e chegou aos 116.330 votos. Em 2014 Vander obteve só 69.504 votos, portanto 46.826 votos a menos que em 2010.

CONCLUSÃO: Se levarmos em conta a votação de Zeca do PT à Câmara Federal – 160.556 votos e a perda de 40,25% do votos de Vander, entre 2010 e 2014, houve uma migração de grande parte dos votos do sobrinho para o tio nestas eleições.

MANDETTA é outro deputado que viu seus votos escaparem para a concorrência; caiu de 78.733 votos em 2010 para 57.374 votos em 2014. Foram nada menos que 21.359 votos, o que demonstra os desafios a cada eleição para os seus postulantes.

O ÚNICO deputado federal a manter o crescimento contínuo nas urnas é Geraldo Resende. Confira: em 2002 obteve 39.421 votos; em 2006 – 67.710 votos; em 2010 – 79.299 votos e em 2014 chegou aos 87.546 votos. Devagar e sempre.

TENTAÇÕES Na política não há limites para a vaidade e a ambição. Mas o posto de deputado federal mais votado não garante sucesso em voos mais altos. Foi assim com Gandi Jamil Levy Dias, Ben Hur, Giroto e Vander. André foi a exceção.

“O destinatário da culpa acaba sendo mesmo o pobre eleitor”.

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