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Manoel Afonso

PMDB de MS também fragilizado pela Lava Jato

Manoel Afonso | 20/01/2017 08:47

OS IGUAIS A citação ou denúncia envolvendo cardeais do PMDB em esquemas de corrupção colocam o partido em pé de igualdade do PT em termos de credibilidade. As delações da Lava Jato confirmam o que a opinião pública já desconfiava: PT e PMDB sócios do poder.

OS ESTRAGOS são visíveis à medida que as delações ocorrem. As férias do juiz federal Sergio Moro não provocaram alívio, mas angústia pela espera da divulgação dos nomes dos sete Estados alvos das próximas operações da Polícia Federal. Também aqui no Estado a preocupação é notória.

POR QUE? Se até o presidente Michel Temer (PMDB) está preocupado, a exemplo de figuras do núcleo do Planalto, todos os políticos que mantiveram relações com as grandes empreiteiras judiam do travesseiro todas as noites. Quem sobraria neste rol de ‘personalidades espertas’?

LAVA JATO É o divisor de águas. Antes criticada pelo PT, mas com a confirmação da grande maioria de suas condenações ganhou credibilidade internacional contra a corrupção. O procurador da república Rodrigo Janot já falou sobre o assunto no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

QUEM IMAGINAVA! O ex-poderoso ex-deputado, ex-senador e ex-governador Sergio Cabral (PMDB), que pretendia disputar a Presidência da República, preso em Bangu. Aliás, não se fala mais nele, a exemplo do ex-ministro Antonio Pallocci do PT.

DÚVIDAS Neste cenário de tensão e expectativa, o colunista é questionado sobre eventuais responsabilidades do ex-governador André Puccineli (PMDB) pelos atos ilegais praticados pelo poderoso e fiel ex-secretário Edson Giroto (PR), levado à cadeia várias vezes em 2016. Lembra?

A QUESTÃO Para alguns, o ex-secretário Giroto teria agido à revelia do então governador André, o que em tese isentaria o mais alto mandatário de eventual culpa. Para outros, o ex-chefe do Executivo Estadual teria sim parcela de responsabilidade como gestor de recursos oriundos do Governo Federal. No caso, a competência seria da Justiça Federal para apurar e julgar.

‘SAIA JUSTA’ A presença de agentes federais cumprindo mandado de busca e apreensão de documentos na residência do ex-governador André e a sua posterior ida até a sede da Polícia Federal para depor engrossaram o caldo. As justificativas dele à mídia – evasivas! Esquisito; entrou quieto saiu calado. 

CLARO! Esses dois episódios locais somados aos escândalos nacionais onde aparecem figuras do comando do PMDB, repercutem negativamente. Aquela imagem do ex-governador, construída em seus quatros mandatos no Executivo, acabou prejudicada, independentemente do que ocorrer.

ÓRFÃOS de André pregam a volta dele pensando primeiro na própria sobrevivência. ‘Ignoram’ os riscos de André e do partido na Lava Jato e na impugnação da chapa Dilma-Temer. Personagens de sempre dos corredores do poder. Mas, líder não é quem apenas dá ordens, mas que desperta iniciativas e forma outros líderes.

O QUADRO mudou muito com Marcos Trad (PSD) à Prefeitura da capital. Basta olhar sua postura na Assembleia Legislativa para perceber seu desacordo com o estilo do ex-governador André. A tendência natural é a construção de aliança com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O resto é especulação.

SOLIDÃO Para o escritor Gabriel Garcia Marquez: “a fama é capaz de fabricar a maior, a mais pavorosa das solidões. Esta solidão da fama só é comparável a solidão do poder. O poder absoluto é a realização mais alta e completa do ser humano. E por isso, resume, ao mesmo tempo, toda a sua grande e toda sua miséria.”

‘DAY AFTER’ Preparar-se para o ostracismo após a fama ou o poder não é fácil. Com o dinamismo atual o descarte é rápido, a memória curta. O anonimato após o sucesso afeta políticos, autoridades, atores e esportistas. Poucos tem o equilíbrio para tocar a vida sem ranço e desejo de volta.

DRAMA Apesar de seu marketing, deixando o poder, o ex-presidente Barack Obama ficará em seu ‘quadrado’ familiar escrevendo suas memórias? Ora! A tendência é se contrapor ao sucessor na mídia. Aliás, o filme ‘Dama de Ferro’ mostrou a ex-primeira ministra Margareth Tatcher sofrendo com a solidão.

TERREMOTO Quem tem juízo aconselha: antes de se conhecer o conteúdo das dezenas de delações de empresários previstas na Lava Jato, não se deve fazer planos para as eleições de 2018. Cabeças coroadas de muitos partidos na guilhotina.

DEU PIZZA! “vocês jornalistas não devem ser aduladores, vocês devem ser céticos”. Essa fala do presidente Obama aos jornalistas se encaixa como uma luva à decisão do deputado Maurício Picarelli (PSDB) em arquivar a investigação contra os deputados Paulo Correa (PR) e Felipe Orro (PSDB) na Assembleia Legislativa.

ALÍVIO Deputados José Teixera (DEM) e Mara Caseiro (PSDB) comemoram o fim da exclusividade da Funai na demarcação das terras indígenas. O decreto 1.175, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1996 incendiou o universo rural. Agora a Funai atuará juntamente com mais três entidades. Só aqui são 123 áreas em conflito.

‘MUY AMIGO’ Como os municípios aguentarão os encargos da educação repassados pela União? Os prefeitos apavorados. O transporte escolar é um calo doído. Exemplo: a pequena Taquarassu tem 10 ônibus. Não é fácil custear as despesas mensais, além de conservar a frota com a mecânica e pneus.

LUCAS DE LIMA Foram mais de 7 mil votos para deputado estadual na primeira incursão na política. Em 2016 obteve 4.256 votos para a vereança da capital, o 6º colocado. Aos 47 anos, profissional do rádio e TV, bacharel em direito, demonstra equilíbrio e condições de um mandato operoso e responsável. Aposto nele.

“Na política, mesmo os crentes precisam ser ateus”. (jornalista Eliane Brum)

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