ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Manoel Afonso

PMDB refém da própria estratégia

Manoel Afonso | 15/09/2017 14:04

ELE MUDOU Em 2002 Zezé de Camargo e Luciano cederam de graça a música "Meu país’ para Lula usar na campanha do PT. Agora Zezé disse numa entrevista: “ ...O Brasil precisa passar por uma depuração, até pensar no militarismo para reorganizar as coisas. Aí eles vão entregar de novo, ‘pronto, limpamos a corja aqui’.Acho que o Brasil
precisava passar por uma depuração dessa”.

DECEPCIONADO A declaração do cantor retrata sua decepção com o quadro. É bom que se diga: na campanha presidencial de 2002 a dupla ganhou R$1.275.000,00  pela apresentação em 11 comícios. Só esse valor já é motivo para concluir: as empreiteiras sempre investiram nas candidaturas. Naquele ano a estrutura petista de campanha foi coisa de cinema. Quem está lendo a nota ajudou a pagar a conta.

‘COMBUSTÍVEL’ Após ouvir o prefeito de Costa Rica - Waldeli dos Santos Rosa (PR) sobre suas pretensões de disputar o governo em 2018, o presidente regional do PR – ex-deputado Londres Machado perguntou-lhe sobre a estrutura financeira deapoio aos candidatos a deputado. Waldeli esclareceu que apenas bancaria a própria campanha. Experiente, Londres limitou-se a ouvi-lo sem maiores delongas.

A PRATICA usual é que o candidato ao cargo majoritário se organize para atrair bons candidatos na chapa proporcional, resultando em votos a seu favor. Isso implica na disposição de arcar com gastos mínimos, sob pena da campanha não alçar voo. Não se consegue separar essas candidaturas aos olhos do eleitor. E sem gastar não se tem
companheiros puxadores de votos, sob pena de sofrer com o ‘voto camarão’.

GEORGE TAKIMOTO (PDT) Aos 76 anos de idade é o deputado mais velho da Assembleia Legislativa. Vice prefeito ( 82) de Luiz Antônio - em Dourados - vice governador (86) e deputado federal (90). Sobre o cenário admite: é preciso atrair gente nova para a política, mas o ambiente assusta os pretensos interessados.

BOA AMARILDO! Todos acham lindo o Parque dos Poderes – a fauna e a paisagem de cerrado no entorno dos prédios administrativos. Mas muitas arvores já morreram e várias espécies a caminho. Esse é só um problema. Daí que a iniciativa do deputado Amarildo Cruz (PT) em criar mecanismos para gerenciar aquele local é necessária. Se
por exemplo, cada órgão público criar estacionamentos de veículos, teremos um parque
de cimento, sem vida.

TÁ CERTO? Uma simples resolução do Senado perdoou R$17 milhões de dívidas (Funrural) de pessoas físicas e de empresas que adquirem a produção delas. Uma delas é a JBS. Nada contra a classe ruralista, mas esse perdão afronta o restante do setor produtivo que continua pagando altos encargos. Só porque o pessoal produz alimentos
deve ter tratamento diferenciado?

O PESSOAL da agricultura – notadamente de plantio em alta escala – tem sido atendido pelos últimos governantes ( Banco Central e Banco do Brasil) nos pedidos de reescalonamento da quitação de dívidas com juros baixíssimos. Mas neste caso recente, o perdão compromete o plano de recuperação da economia do país e mostra: o Palácio
do Planalto é refém da Frente Parlamentar da Agropecuária. Até onde o Governo vai
abrir as pernas? Já rasgou a calça.

PREPOTÊNCIA Repercute mais um caso grave envolvendo integrantes do Ministério Público Estadual. Desta vez,o promotor Gilberto Robalinho da Silva que determinou a retirada do veículo do local onde sua mulher atropelou e matou na capital uma mulher de 91 anos de idade. O gesto contraria a lei e o discurso moralista do MPE de ‘defensor da sociedade’. Mal súbito é dirigir falando ao celular. O Promotor imagina a capital igual a sua Paranaíba no tempo dos coronéis? E a OAB – vai se calar?

FADIGOU Partido mais antigo do país, o PMDB jamais venceu uma eleição para o Palácio do Planalto. Chegou lá com José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer em situações atípicas. Em 1988 Ulysses Guimarães tentou e ficou em 7º lugar só com 4,6% dos votos. Em 1994 foi a vez de Orestes Quércia: apenas 4,3%. Em 2002, a ex-deputada Rita Camata (ES) foi vice de José Serra derrotado por Lula.

EVIDENTE que o discurso do dr. Ulysses era apenas retórica democrática. As lideranças que o sucederam adotaram o oportunismo e fisiologismo como binômio de sobrevivência. Os currículos dos peemedebistas - ex-presidente José Sarney, dos senadores Jader Barbalho, Edson Lobão e Renan Calheiros, do presidente Michel Temer, dos ex-deputados Henrique Alves e Eduardo Cunha e do ex-ministro Geddel Vieira atestam isso.

A ESTRATÉGIA Com enormes bancadas no Senado e Câmara, o PMDB tirou proveito, negociando cargos e vantagens nada republicanas. A indicação de Temer como candidato a vice de Dilma Roussef (PT) foi o casamento da conveniência com a necessidade ( do PT). Ao longo dos anos o PMDB criou raízes nas estatais e órgãos onde afloraram com escândalos da ‘Lava Jato’ e outras operações da Polícia Federal.

ENFIM... Os esquemas plantados no Governo garantindo vantagens pessoais para suas lideranças e recursos para a estrutura partidária ficaram incontroláveis, viraram casos de corrupção. Os escândalos atingindo lideranças nacionais respingam nas lideranças menores. A associação do PMDB com a corrupção é equação de fácil resolução. A
exemplo dos petistas, de saias justas, os peemedebistas tem pela frente o desafio da pregação: sou do PMDB, mas não sou corrupto. Conseguirão se livrar da pecha?

NO SAGUÃO da Assembleia Legislativa ouvi a tese de que o envolvimento das raposas do PMDB em corrupção não conseguirão interferir nas eleições das cidades menores. Será? O eleitor interiorano estaria condenado a alienação eterna? Não frequentaria a internet e nem assistiria os noticiosos da TV? Dizem que a mansidão do
povo é proporcional a sua raiva e sede de se vingar.

A PRAGA Para um ex-deputado federal da terra, a adoção das emendas parlamentares nos moldes atuais, constituiu-se em crescente foco de corrupção encoberta em prol dos parlamentares patronos junto as empreiteiras. Em alguns casos, a liberação de emendas geram comentários irônicos nos bastidores. Afinal, o Brasil mudou pouco após o
episódio dos ‘Anões do Orçamento’, onde o ex-ministro Geddel Viera era apenas calouro na corrupção. Lembra a carinha de aprendiz dele?

DESAFIO-1 O deputado Carlos Marum (PMDB) trabalha com o desafio: administrar sua fidelidade/intimidade com o presidente Temer e o ex-- deputado Eduardo Cunha sem se deixar desgastar pelas denúncias de corrupção que atingira o Governo que defende ardorosamente. Mas há quem entenda: o atendimento às suas bases eleitorais com
emendas parlamentares garantiria a reeleição. É o jogo pela sobrevivência.

DESAFIO-2 Apesar da denúncia de corrupção aceita pelo Supremo Tribunal Federal - por desvio e lavagem de dinheiro na BR Distribuidora – o deputado federal Vander Loubet (PT) é outro que confia no retorno eleitoral das emendas que conseguiu para dezenas de cidades. Sabe-se: pretende ingressar num sigla que lhe permita a reeleição.

DESAFIO-3 Notório o esforço do deputado estadual Paulo Corrêa (PR) na presidência da CPI que investiga as irregularidades da JBS no MS. Candidato a reeleição, quer compensar os desgastes sofridos em sua imagem no episódio mostrado na TV e internet, flagrado ensinando o deputado Felipe Orrro (PSDB) a fraudar o ponto dos funcionários de gabinete. A conferir.

‘FENIX’ Tenho ouvido manifestações da vice governadora Rose Modesto (PSDB). Bem articulada e com amadurecimento progressivo ao tratar de questões políticas, separando-as da religiosidade. Praticamente se recuperou o embate eleitoral de 2016 e garante importante espaço para 2018. Com luz própria, independe de seu irmão deputado Rinaldo Modesto (PSDB).

A CONFERIR Será que as lideranças do PT local que estão deixando o partido tem prestígio bastante para carrear votos para os partidos destinatários? Além do mais, parte do eleitorado está decepcionada com a corrupção envolvendo ‘nobres companheiros’. Mas não deixa de ser mais um ingrediente para o embate de 2018.

LULA Apavorado, mostrou sua fragilidade na frente do Juiz Sergio Moro. Sobre o ex- ministro Antonio Pallocci - suas declarações de que ele seria frio e calculista justificam a escolha para aquele importante cargo que exerceu nos dois governos petistas. Coitada da dona Marisa! Acabou sobrando pra ela a culpa pelo apartamento.

“Lula insulta a inteligência do povo”. ( ex-ministro Ciro Gomes (PDT)

Nos siga no Google Notícias