ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 21º

Manoel Afonso

‘Qual a imagem que ficará de André’

Manoel Afonso | 14/11/2014 14:26

IRONIAS ou injustiças ocorrem quando se trata da imagem final dos homens públicos. Infelizmente nem sempre o que fica no nosso imaginário ou em nossas retinas retrata com fidelidade como foi a trajetória deles ao longo da vida pública.

EXEMPLOS: Ronald Reagan detonou o comunismo com o fim da União Soviética e do Muro de Berlim, mas é lembrado mais por comer jujubas na Casa Branca. Já Bill Clinton, um bom administrador, ficou estigmatizado pelo caso com a estagiária.

NO BRASIL D. Pedro II ganhou fama de ‘boa vida’ por viajar muito; Brizola levou a pecha de ‘caudilho’; Collor – de impetuoso; Tancredo – de apaziguador; JK simbolizou a ousadia de Brasília e Ulysses Guimarães era a imagem da resistência à Ditadura.

NO CASO de André já ouço previsões precoces de políticos - ainda sob a influência das urnas e de seu indefinido futuro no cenário. Claro, o interesse pessoal ou partidário pesa neste exercício de futurologia, mas nem por isso deve ser ignorado.

É VISÍVEL a separação que se faz entre o cidadão André e a figura do administrador, mesmo entre adversários. Mas todos concordam: é um gerente competente ao extremo, mesmo com ressalvas aos seus excessos de postura e ao estilo centralizador.

CONTRA André pesa sua impaciência devido a obsessão pelo perfeccionismo, o que de certa forma lembra Pedrossian. Aliás, esse último é visto até como tímido em suas manifestações à época, se comparado ao estilo do governador atual.

PERGUNTA-SE: A imagem que André deixará para a classe política será a mesma que ficará marcada para a população? Eis a questão. Obviamente, a ótica de análise dos políticos e do cidadão comum não é a mesma por vários motivos e interesses.

A PROPÓSITO Hoje todo o Estado reconhece como excelente a administração futurista de Pedrossian. É o mesmo conceito que se tem do atual governo onde, aliás, a classe política também reclama por mais agrados ou afagos pertinentes.

A IMAGEM que André deixará independe do nível de governo do seu sucessor. Cada qual no seu quadrado, no seu tempo. Essa obstinação pelo fazer pode tê-lo levado até equívocos, mas que não comprometem sua administração no todo.

CONCILIAR o exercício efetivo da política com uma boa administração é difícil. Os interesses partidários podem atrapalhar. No caso, André apostou no conhecimento e na intuição, como fez na capital, sendo seu melhor prefeito de todos os tempos.

O CONCEITO de que o gerenciador público deve ter coragem para tomar medidas necessárias, mas antipáticas que geram desgastes, se aplica a André. E convenhamos: não se governa uma cidade, Estado e país carregando um saco de bondades.

É ANTIGO o ditado: ‘um bom governo começa com um bom guardião das finanças’. Aqui desde a criação do Estado, foi o coração do governo, começando com Paulo Fagundes servindo com competência a Harry Amorim e Pedrossian inclusive.

NA PRÁTICA a função desta Secretaria é arrecadar e não paga sozinha. Os grandes valores a pagar – via empreiteiras - já vem determinados pelo governador. Quase 90% da receita concentram-se em 200 empresas, monitoradas por um grupo especial.

DIVERGEM as opiniões sobre os critérios de escolha do secretário. José Felício (economista-ex-secretário) prefere o técnico não contaminado. Para José Ancelmo, o mais importante é o escolhido ser da absoluta confiança do governador.

EXEMPLOS Leonildo Bachega, Schimidt, Flávio Derzi, Valdemar Justus, Gentil Zocante, Wilson Coutinho, José Ancelmo, Thiago Cançado, Mauro Vasilesvisk, Fernando L. Correia da Costa, José R. Cabral, Mario Sergio e Paulo Duarte.

REGRA Quando o titular escolhido é um agente político, o secretário adjunto passa a ter importância maior no contexto fazendário. É ele que faz a interlocução interna com a classe. Azambuja já sabe como funciona esse ‘admirável mecanismo’.

É AVISO? O corte de recursos para Mato Grosso do Sul tem provocado inquietações e críticas ao Palácio do Planalto. Mera medida econômica ou retaliação? Azambuja terá que ter muita habilidade política para driblar esses obstáculos complicados.

CONCILIAR a administração com os interesses partidários é preciso nestas horas. Indispensável a ajuda do PMDB e PT para remover essas ‘ montanhas’. E é natural que seus parlamentares sejam compensados de alguma forma. É dando que se...

AZAMBUJA não tentará reinventar a roda e muito menos seguir um caminho sem pegadas para se orientar. As experiências prefeiturais, somadas as passagens pela Assembleia e Câmara, dão lhe uma visão pragmática razoável do que fazer.

EXPECTATIVAS Com seus 39.074 votos o vereador Elizeu Dionísio aguarda no seu canto o ‘alô’ de Azambuja. Antônio Cruz motivado para voltar à Câmara Municipal no lugar de Grazielle. Coringa seria o 1º deputado federal do PSD no Estado?

OPINIÃO: “De nada adianta uma reforma política se não sabe para que ela servirá. Temos uma ideia equivocada de que a lei pode tudo...Infelizmente não há lei que determine que alguém tenha caráter ou haja com altruísmo..” (Newley Amarilla)

ALTRUISMO é palavra banida do dicionário político. Os escândalos viraram rotina na vida pública, o ceticismo toma conta da opinião pública. Cá entre nós: bem fez o Manoel de Barros que optou pela poesia. Morreu puro como o lírio do campo.

“Nesses tempos de tantos discursos, o que faz a diferença é o comprometimento”. (Manoel de Barros)

Nos siga no Google Notícias