Gestante fica sem vacina em posto e corre o risco de perder o bebê
Uma gestante de seis meses corre o risco de perder o bebê por causa da falta de uma vacina na rede pública. Ela foi diagnosticada ano passado, quando sofreu um aborto espontâneo aos oito meses da gravidez, com trombofilia uterina. Por isso, ela precisa diariamente tomar uma dose do medicamento Clexane para manter a gestação.
A paciente é Denize Soares, de 29 anos, que precisou acionar o Defensoria Pública para conseguir as doses da vacina da rede pública. Desde que conseguiu na Justiça o fornecimento do Clexane, mensalmente as ampolas são buscadas no CEM (Centro de Especialidades Médicas) e, uma dose de 40 mg é tomada diariamente.
Entretanto, Denize afirma que há duas semanas o CEM está sem o remédio e sem previsão de chegada. Por isso, ela foi obrigada a fazer uma campanha no Facebook para conseguir doações e manter a gravidez. Contudo, as doações já estão perto do fim e ela teme ficar sem as doses diárias e sofre um segundo aborto.
"Custa em média R$ 85 duas ampolas", comenta Denize, que neste período sem o fornecimento, não fossem as doações, já teria que ter desembolsado quase R$ 600. Mensalmente, seriam mais de R$ 1,2 mil. "Fui em uma audiência pública e o secretário disse que seria regularizado, mas só piorou", lamenta.
Indignada com a situação, a gestante ainda frisa que não tem condições de comprar as vacinas. "A vida dele [bebê] depende dessas vacinas. Já não sei o que fazer. Voltei na Defensoria, mas a prefeitura pediu para aguardar e nada. Meu filho não pode esperar", argumenta Denize, que só descobriu a doença após perder o primeiro bebê.
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