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Economia

Após “apanhar”, pecuária perde espaço e boi está 19% mais caro

Lidiane Kober | 06/01/2014 10:30
Arroba do boi fechou 2013 custando R$ 107,50 (Foto: Divulgação)
Arroba do boi fechou 2013 custando R$ 107,50 (Foto: Divulgação)

Após amargar prejuízos, a pecuária perdeu espaço em Mato Grosso do Sul e a redução da oferta fez o preço da arroba do boi aumentar 19,4% em um ano. O futuro do setor divide opiniões. Para alguns, a tendência é de redução ainda maior do rebanho. Outros, porém, gostam da diversidade de produção e duvidam do risco de o Estado perder força na pecuária.

Comprador de gado em Chapadão do Sul, Nilson Freitas de Araújo anda desanimado, após assistir o boi perder espaço para a soja, cana, eucalipto e seringa. “Os produtores estavam apanhando muito, porque as contas não fechavam e o resultado foi a redução do rebanho”, analisou.

Como exemplo, ele citou o caso da antiga Fazenda Ribeirão, a maior de Chapadão do Sul. “Há três anos, a área contava com 60 mil cabeças de gado e era a maior do município, agora tudo virou cana”, contou.

A dificuldade, segundo Araújo, é consequência, do melhor resultado financeiro com outras culturas, associado ao alto custo da produção e ao monopólio dos frigoríficos. “Empresas grandes compraram muitos frigoríficos pequenos e passaram a aplicar o preço que querem”, comentou. “Ao mesmo tempo, aumentou o valor da ração e dos medicamentos”, emendou.

Em 2010, de acordo com Araújo, a arroba chegou a custar R$ 110. De lá para cá, o preço foi caindo até o ano passado, quando o valor quase bateu recorde histórico. Na praça de Campo Grande, por exemplo, a arroba do boi gordo fechou 2013 custando R$ 107,50, índice 19,4% maior que o mesmo período do ano passado, quando era adquirida a R$ 89,98.

Apesar do aumento do preço, ele não vê chances de o setor recuperar espaço em 2014 e de diminuir de valor. “Sobe o preço da carne e o consumo diminui”, avaliou. “Além disso, o ano começou com o aumento de impostos e isso acaba encarecendo tudo”, completou.

Por outro lado, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia, é otimista e não vê empecilhos na diversificação de culturas. “Quando novas janelas se abrem na agropecuária, ajuda o boi, porque o produtor tem novas fontes de receita”, comentou.

Sobre a possibilidade de mais produtores trocarem de vez a pecuária por outras atividades, ele duvida da hipótese.

“Outras culturas podem até ser mais rentáveis, mas o gado dá segurança, porque, quando o produtor fica apertado, transforma o boi logo em dinheiro”, ponderou. “A quantidade pode até diminuir, mas a qualidade e a produtividade estão melhorando”, acrescentou.

Além disso, ele destacou a característica de o brasileiro gostar de consumir carne. “Esse ano, especialmente, será de muito consumo, temos eleição e Copa do Mundo e isso ajuda reunir gente e quando as pessoas se reúnem querem comer carne”, ressaltou.

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