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Economia

Artesanato de fibra feito por mulheres inspira linha de cosméticos Aguapé

Renata Volpe Haddad | 06/06/2015 09:14
População de Corumbá e Ladário, além das mulheres da associação, conheceram os produtos da linha da L’occitane na última quarta-feira.(Foto: Diário Corumbaense/Anderson Gallo)
População de Corumbá e Ladário, além das mulheres da associação, conheceram os produtos da linha da L’occitane na última quarta-feira.(Foto: Diário Corumbaense/Anderson Gallo)
Linha de cosméticos foi lançada nesta semana (Foto: Assessoria Ladário)
Linha de cosméticos foi lançada nesta semana (Foto: Assessoria Ladário)

Com as folhas de camalote conhecida também como aguapé, a Associação Mulheres de Fibra de Ladário, distante 419 km de Campo Grande, tem conseguido destaque em todo o mundo. Esta semana, foi divulgado a linha de produtos Aguapé, da L'occitane, com extrato da planta, extraída pelas mulheres de fibra.

A associação que existe desde 2010 surgiu como necessidade de emprego e renda, depois de um curso feito em Corumbá. São 12 membros filiados, mas apesar do nome ser mulheres de fibra, dois homens participam da associação. A presidente Eliza Vasques, comenta que os rapazes se interessaram depois de saber como eram produzidos os artesanatos. “Um deles é nosso tesoureiro que se interessou no que produzíamos e decidiu se filiar, o outro é meu marido que ajuda no trabalho mais pesado”, comenta.

Mulheres de fibra fazem artesanatos com o camalote, elas produzem bolsas, flores, porta panelas, tapetes, brincos e colares com a planta. “Tudo o que achamos que dá para fazer com o aguapé, nós fazemos e vendemos”, afirma.

 Uma empresa de Maringá, no Paraná, viu que as integrantes não utilizavam as folhas e resolveu fazer uma experiência: juntar as folhas do camalote que eram desperdiçadas e enviar para a empresa. “Todas as folhas, até o que restava de minimo que fosse, a gente juntava e enviava para eles. Em 2013 a empresa nos procurou e demorou dois anos para poder vermos o resultado. Hoje Mato Grosso do Sul e Ladário estão na França”, brinca.

Linda de produtos com extrato de aguapé demorou dois anos para ser concluída. (Foto: Divulgação)
Linda de produtos com extrato de aguapé demorou dois anos para ser concluída. (Foto: Divulgação)

Trabalho - A planta é extraída do rio Paraguai, na região da Apa (Área de Proteção Ambiental) Baía Negra e do Porto Ecológico de Ladário. Eliza explica que para extrair o aguapé é só de agosto a dezembro. “É o período mais seco e só temos essa época para colher, porque o rio está baixo”, informa.

Depois das plantas colhidas, o trabalho das mulheres da associação é de secar. “Temos que mandar ela para empresa bem secas, e é trabalhoso pois não pode pegar nem chuva ou sereno, se ficarem úmidas, elas não prestam”, completa.

APA - Como é uma área de preservação ambiental, a retirada das plantas não prejudica em nada o meio ambiente, pois os integrantes da associação obedecem um cronograma anual de coleta sustentável. “Elas coletam as folhas e o talo da planta”, explica a superintendente do meio ambiente de Ladário e bióloga, Ligia Teixeira de Santana.

A área é destinada para 48 famílias que vivem no local, sendo pescadores e catadores de iscas. “Existe o termo de autorização de uso sustentável concedido pela Superintendência do Patrimônio da União, pois a Apa Baía Negra pertence a União. Além disso, possui também um conselho gestor que deliberam sobre todas as ações a serem executadas no local”, define.

Produtos e renda - Os produtos que são shampoo e condicionador extra brilho, creme para o corpo, sabonetes líquido ou em barra, além de água de colônia, não são comercializados na região de Corumbá e Ladário. Os interessados só poderão adquiri-los pela internet ou na loja física mais próxima, neste caso, em Campo Grande.

A Associação Mulheres de Fibra recebem pela folhas coletadas, além de uma participação anual das vendas dos produtos da linha Aguapé, que será revertida em prol de trabalhos beneficentes.

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