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Economia

Burocracia trava contratação e restam R$ 574 milhões disponíveis no FCO

Se financiamento não for utilizado até o fim do ano, recurso volta ao Tesouro

Renata Volpe Haddad | 01/12/2016 12:47
Setor produtivo se reuniu nesta manhã com o superintendente do Banco do Brasil. (Foto: Renata Volpe)
Setor produtivo se reuniu nesta manhã com o superintendente do Banco do Brasil. (Foto: Renata Volpe)

De R$ 1,360 bilhão de recursos disponíveis do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste)em 2016, até esta quinta-feira (1) foram contratados R$ 784,968 milhões, ou seja, ainda faltam R$ 574 milhões de recursos disponíveis a empresários de Mato Grosso do Sul.

Caso esse valor não seja utilizado ainda este ano, o recurso volta para a União. Porém, em 2017, 23% do financiamento retorna para Mato Grosso do Sul.

Quem explica isso é o superintendente do Banco do Brasil, Glaucio Zanettin. "A regulamentação do FCO é clara e o caixa de todos os estados do Centro-Oeste é único. O valor não é redistribuído no mesmo ano, voltando os recursos para a União. Mato Grosso do Sul é responsável por 23% da sobra geral e a expectativa é que esse valor retorne em 2017. Essa sobra não é uma realidade apenas no nosso Estado".

O Banco do Brasil espera ainda em 2016 disponibilizar R$ 200 milhões do fundo. "Temos projetos internalizados e aprovados, e pretendemos destravar ainda esse ano em torno de R$ 200 a R$ 250 milhões. Só nesses últimos dias, conseguimos aumentar o ritmo em 30% através de um esforço coletivo".

Sobre a burocracia de empréstimo do FCO, Zanettin afirma que o fundo sempre foi uma vitrine para o Banco do Brasil. "Sabemos da responsabilidade de retomar essa imagem positiva. Há situações que dependem de aprimorar nosso processo, mas dependemos também de agentes externos, reconhecemos que melhorias são necessárias e estamos trabalhando para isso".

Conforme o presidente da Fiems, Sérgio Longen, esse é o primeiro ano que os recursos serão devolvidos para o Tesouro. "Criamos uma força tarefa para que até o fim do ano possamos destravar os recursos que estão disponíveis. Entendemos que a crise trouxe preocupação com investimentos, há excesso de burocracia no FCO e precisamos criar regras mais fáceis para que esses recursos sejam utilizados, pois têm juros interessantes".

Números de recursos desembolsados do FCO nos últimos três anos. (Foto: Renata Volpe)
Números de recursos desembolsados do FCO nos últimos três anos. (Foto: Renata Volpe)

Rural - Em 2016, foram realizados 4.480 empréstimos no total de R$ 636,108 milhões. Em 2015, foram 7.768 projetos aprovados no valor de R$ 869,860 milhões, ou seja, 26% a menos de contratações neste ano. Estão disponíveis para o setor até o fim deste ano R$ 371 milhões.

Conforme o presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), Maurício Saito, o grande problema é no destravamento destes projetos. "A partir do momento que a superintendência do banco assume um compromisso para acelerar esses processos, os valores alocados para o setor agropecuário, serão atendidos".

Saito informa ainda que a inadimplência no setor agropecuário dos empresários é próximo de zero. "Temos que imaginar que MS tem vocação agropecuária e temos uma inadimplência próxima de zero, consequentemente, temos essa capacidade de absorção do recurso, investimento, melhoria do setor produtivo em relação a produtividade e pagamento".

Comércio e Serviços - Até novembro deste ano, apenas 329 processos de financiamento foram disponibilizados no valor de R$ 148 milhões. Em 2015, 4.313 projetos foram aprovados em R$ 491 milhões. Ainda estão disponíveis para o setor R$ 126 milhões.

Conforme o presidente da Fecomércio, Edison Araújo, a burocracia é um entrave aos empresários. "O grande problema na área de comércio e serviços, é que os empresários não têm condições de fazer qualquer tipo de investimento. O que o empresário precisa é de um capital de giro para que ele possa fomentar o negócio, investindo no estoque e mantendo os fornecedores em dia. Essa é uma grande dificuldade que encontramos na linha do FCO e que o banco tem dificultado muito o acesso a esses recursos".

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