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Economia

Capital teve a maior inflação dos últimos 5 anos

Redação | 03/02/2010 10:23

Em janeiro Campo Grande registrou a maior inflação dos últimos cinco anos para o período, de 1,34%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor divulgado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Anhanguera-Uniderp.

O coordenador do Nepes, professor Celso Correia de Souza, observa que desde janeiro de 2005, não era registrado um índice tão elevado. "Em janeiro de 2005, o IPC havia registrado aumento de 1,38%. Em 2006, o índice ficou em 0,94%; em 2007, 1,02%; em 2008, 0,56% e, em 2009, 0,28%", relata. Dentre os grupos que compõem o IPC, apenas Vestuário apresentou deflação (-1,35%).

O grupo que mais contribui para a inflação foi Educação, com aumento médio de 5,29%, puxado pelos aumentos das mensalidades escolares, destacando os cursos de idiomas, com média de aumentos de 12,02%; cursos universitários, com 7,60%, pré-escola, com 5,69%; e curso de ensino fundamental, com 4,15%.

"Todos acima da inflação de Campo Grande em 2009, que foi de 3,29%", aponta Correia. Apesar do momento de volta às aulas, com forte compra de materiais escolares, esse item apresentou deflação (-4,95%).

Em segundo lugar, aparece o grupo Transportes, com índice de 2,49%. Destacam-se neste grupo os aumentos nos preços do álcool combustível, de 10,23% e mão de obra de manutenção de automóveis, de 6,41%. Pneu novo foi majorado em 4,62%, automóvel novo, em 1,18%; e diesel, em 0,59%.

Na Alimentação os maiores aumentos foram nos preços: da goiaba (47,87%), manga (45,38%), doces em calda (27,03%), couve-flor (25,38%) e abóbora (21,93%). No caso das carnes houve aumento em quase todos os cortes, destacando: contrafilé (11,47%), costela (8,30%), lagarto (7,72%) e alcatra (6,86%). Quanto à carne suína, a pesquisa indicou aumentos em todos os cortes: bisteca, com 7,07%, pernil, com 6,71%, e costeleta, com 3,91%. Por outro lado, frango congelado e miúdos apresentaram queda de preço da ordem de -1,21% e -1,46%, respectivamente.

No grupo Saúde, o índice ficou em 1,86%, com destaque para elevação de preços dos itens: anti-infeccioso e antibiótico (9,91%), antigripal e antitussígeno (9,45%) e anti-inflamatório e antirreumático (9,18%). O grupo Habitação apresentou inflação de 0,17%, ocasionada, principalmente, pelo aumento nos preços do DVD, reajustado em 26,09%; álcool para limpeza, em 17,79%; e fogão, em 6,83%. Finalmente, o grupo Despesas Pessoais registrou índice de 0,44%. Os produtos que apresentaram as principais altas foram: sabonete (5,53%), xampu (2,80%) e hidratante (2,69%).

No grupo Vestuário, único com deflação em janeiro, destacaram as quedas nos preços de lingerie (-9,37%), short e bermuda masculina (-8,64%) e camisa masculina (-8,22%).

Acumulada - A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,38%. "Após vários meses de baixas inflações, o mês de janeiro de 2010 fugiu das expectativas, com aumentos das mensalidades escolares, que já eram previstas, mas não, tão acima da inflação do ano passado, como ocorreu", comenta o pesquisador do Nepes, José Francisco dos Reis Neto.

Ele destaca as sucessivas altas no preço do álcool combustível, produto preterido pelas usinas em detrimento do açúcar, mais rentável por causa da exportação. "Outro fato que merece destaque é a reação do grupo Alimentação, que apresentou uma forte inflação em janeiro de 2010. Esse grupo vinha segurando a inflação durante todo o ano de 2009. Assim, o panorama por nós imaginado para esse início de 2010 não se confirmou, pois o real começa a se desvalorizar frente ao dólar, favorecendo ainda mais as exportações, o que pode provocar mais inflação nos próximos meses", conclui o professor Celso Correia.

Em relação à inflação acumulada nesses últimos 12 meses, destacam os grupos Saúde com 8,16%, Despesas Pessoais com 7,82%, Educação 7,68% e Habitação com 5,65%. A pequena inflação de 0,40% nos últimos 12 meses e a deflação em janeiro de 2010, podem sinalizar problemas para os empresários do setor de Vestuário.

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