Carnaval em início de mês prejudica folia no comércio
Carnaval em início do mês "é pra quebrar qualquer um" diz Bianca Fraga, 33 anos, em meio a fantasias em uma loja especializada de Campo Grande. "Vou comprar acessórios apenas e não vou viajar", diz. São muitos os gastos nesta época, com o agravante de que o salário ainda não foi pago à maioria. O jeito é ficar em casa, diz Bianca que vai aproveitar o carnaval com as duas filhas em um dos clubes da capital. "Vou comprar só enfeites coloridos para as meninas, para não passar em branco."
A proprietária da loja também reclama. Normalmente a semana que antecede o Carnaval é de movimento intenso. Mas em 2008 o entra e sai dos clientes não foi o esperado. "Vendemos bem menos que o imaginado e do que vendemos em outros anos", diz a empresária Rosane Aguni, 45 anos, do Bazar São Gonçalo. A loja ficará aberta até às 16 horas de sábado, em mais uma tentativa de diminuir o estoque de fantasias. Nas ruas centrais, também nada de animação de consumidores nas lojas.
A tradicional falta de dinheiro no começo do mês se reflete, inclusive, no movimento na rodoviária de Campo Grande, com redução de 20% em relação ao movimento normalmente registrado nesta época. Nos guichês e plataformas o cenário é de "paradeira". "A partir das 15h, os ônibus para Corumbá estão vazios", conta Atanaíde Machado, encarregado de agência da Andorinha, cuja rota atende a cidade com a festa mais conhecido do Estado.
Ontem, a empresa colocou 8 ônibus extras com destino a Corumbá. No ano passado, foram necessários 15 ônibus extras para transportar os foliões. Neste sábado, os viajantes devem se resumir aos que trabalham até metade do dia ou vão fazer conexão de veículos. Itinerários como Cuiabá (MT), São Paulo e Rio de Janeiro também registraram queda na procura por passagens.
Na BR 262, o movimento aparente também é tranqüilo, mas alguns viajantes dão sinais do motivo do "marasmo" em Campo Grande e na rodoviária. "
