Clientes de telefonia móvel reclamam de problemas para efetuar ligações

Cada vez mais frequente, o problema com o sinal fraco das telefonias de celular tem gerado cada vez mais reclamações de clientes, seja por não conseguir fazer ligações, navegar na internet ou até mesmo mandar um simples torpedo.

Cansada com as dificuldades que encontra na operadora que utiliza, a embaladora Erica Ortega Cardoso, 27 anos, conta que até já perdeu uma oportunidade de emprego pelo fato de não conseguir sinal no celular.

“A Claro tem hora que sai do ar e não consigo fazer nada, mas acredito que é um problema geral, por isso nem penso em trocar de companhia telefônica”, analisa Erica.

A vendedora autônoma Marli da Silva, 38 anos, reclama que há mais de 10 dias não consegue mandar mensagem pelo celular. Segundo ela, a operadora informou que a rede passava por manutenção, por isso o problema do envio.

“Ganhei 200 torpedos grátis da Claro, mas não consigo usar, do que adianta? Quero até trocar de operadora”, esbraveja a Marli.

O estudante Reginaldo Franco, 16 anos, conta que, na semana passada, ficou um dia inteiro sem conseguir usar o celular. “Não fazia ligação, não mandava mensagem, nem dava para navegar na internet, voltou só no dia seguinte”, relatou o adolescente, que também é cliente da operadora Claro.

Problema - De acordo com o coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica e Mecânica do CREA/MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), o engenheiro eletricista Paulo Amaral, o problema está no volume de informações que as antenas de telefonia móvel recebem.

Ele explica que antigamente os telefones eram usados apenas para falar e mandar mensagem, mas com o tempo os aparelhos foram ganhando novas funções. “Hoje as pessoas usam o celular para tudo, inclusive para fazerem ligações”, ironiza o engenheiro.

Consequência disto é que sobrecarrega o sistema de rede e as companhias telefônicas não conseguem acompanhar, segundo Amaral. “Esse problema já vem acontecendo há mais tempo em locais de maior informação, como em São Paulo e Rio de Janeiro”, afirma o engenheiro do Crea.

A solução, de acordo com Amaral, seria a Anatel fiscalizar a qualidade do serviço e impor que a telefonias ofereçam um produto melhor. “As antenas têm distância mínima para ficarem e não há como fazer isso, pois está na legislação. A alternativa seria aumentar a capacidade das antenas ou mudar a lei”, pontua o engenheiro.