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Economia

Clima não ajuda e quilo do feijão chega a custar mais de R$ 10

Mariana Castelar | 10/06/2016 15:23
Em uma semana, o preço do feijão saltou de R$ 5 para até R$10,90 (Foto: Alcides Neto)
Em uma semana, o preço do feijão saltou de R$ 5 para até R$10,90 (Foto: Alcides Neto)

Um dos principais itens do prato do brasileiro está ameaçado. O clima não tem dado trégua para as lavouras de feijão do país, o que fez o produto mais que dobrar de preso nos últimos dias e custar mais de R$ 10 nas prateleiras dos supermercados.

O pacote de 1 kg do feijão carioca custava entre R$ 3 e R$ 4 dependendo da marca, porém nesta semana o produto raramente é encontrado por menos de R$ 10. Por ser um item tão essencial na mesa das famílias, o jeito é racionar o produto ou gastar R$ 30 a mais por mês.

Com duas crianças pequenas, a secretária Eli Rocha tem se virado para continuar tendo feijão na mesa todos os dias. Para ela, o reajuste aumentou em R$30 a compra de mês. “Parece pouco, mas estamos falando só do feijão, ainda tem a batata, tomate e tantos outros produtos que estão mais caros”, desabafa.

Ao pagar R$ 10,90 no quilo do feijão, o aposentado de 81 anos, Adelino Medeiros, conta que está tendo que servir menos no prato. “Antes vinha e comprava quatro ou cinco quilos, agora compro só um. Meu salário não aumentou né?”.

Mas não é só o consumidor que sofre com o aumento. Os restaurantes estão tendo que absorver o reajuste, para não repassar no preço final ao consumidor. A proprietária do restaurante Tradição, Valentina Aparecida, lamenta que com a crise não há qualquer possibilidade de aumentar o valor da refeição. “Quem vem comer não quer saber se o preço do feijão aumentou, ele quer saber se aumentará o preço da comida e se fizermos com essa crise perco mais cliente”, desabafa.

O aposentado de 81 anos, Adelino Medeiros conta que teve que diminuir o consumo de feijão por conta do preço (Foto: Alcides Neto)
O aposentado de 81 anos, Adelino Medeiros conta que teve que diminuir o consumo de feijão por conta do preço (Foto: Alcides Neto)
A cozinheira Teresa Leite diz que pesquisar é a melhor forma de encontrar o feijão mais em conta (Foto: Alcides Neto)
A cozinheira Teresa Leite diz que pesquisar é a melhor forma de encontrar o feijão mais em conta (Foto: Alcides Neto)

Ela conta que em 16 anos, esta é a primeira crise que o estabelecimento passa e que o feijão, ao contrário de alguns produtos, não pode ser substituído. “É um absurdo você ir em uma semana em um supermercado e pagar R$ 5 no quilo do feijão e na seguinte encontrar o mesmo produto pelo dobro do preço”.

Já a cozinheira do restaurante Na Brasa, Teresa Leite, diz que a compra feita é sempre para a semana, e com o preço “horroroso” do feijão, a solução é pesquisar. “O mais barato que achei foi R$ 10, mas ainda é um absurdo”.

Pesquisa - De acordo com o diretor de mercado da Ceasa/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), Cristiano Chaves, não há como prever se o preço do feijão terá queda, já que o clima é o fator determinante. “As regiões que plantam o feijão estão passando por um período chuvoso ou de seca, com isso, a plantação fica extremamente prejudicado”, explica.

Levantamento do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor) do Nepes da Uniderp, mostra que entre abril e maio variedades do feijão ficaram até 16% mais caras. A marca Ki Kaldo viu o preço aumentar 16,36% de um mês pro outro, passando de R$ 4,89 para R4 5,69.

 

 

Nas redes sociais, é possível encontrar o quilo do produto por quase R$ 20. (Foto: Direto das Ruas)
Nas redes sociais, é possível encontrar o quilo do produto por quase R$ 20. (Foto: Direto das Ruas)
Quase R$ 15 é o preço pago por alguns consumidores no produto. (Foto: Direto das Ruas)
Quase R$ 15 é o preço pago por alguns consumidores no produto. (Foto: Direto das Ruas)
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