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Economia

Com consumo recorde pode faltar gasolina em postos de MS

Redação | 05/03/2010 09:12

A alta acumulada de 27% no preço do álcool hidratado fez a venda do combustível despencar e com isso o volume de gasolina comercializado por postos de Mato Grosso do Sul atingiu recorde nos últimos dois meses. O resultado, diante da procura bem maior, é que já há reclamação de dificuldade de abastecimento.

Na Distribuidora BR, da Petrobras, em Campo Grande, o pátio estava lotado nesta manhã, de caminhões-tanque aguardando abastecimento. Entre os motoristas, queixas da demora em conseguir a quantidade solicitada de gasolina.

Motorista de um posto de gasolina de Dourados, Itamar Ferruzzi, de 38 anos, contou que chegou em Campo Grande por volta das 5h e até por volta das 9h30 ainda estava aguardando na fila para carregar o caminhão-tanque. Ele disse que está acostumado a fazer essas viagens e normalmente às 8h já está de volta em Dourados.

Ferruzi está aguardando para levar combustível ao posto pertencente ao empresário Nelson Gabiatti. Por telefone, o empresário disse que tem combustível ainda para hoje, mas que pode faltar para amanhã se não conseguir reabastecer. Ele disse que essa dificuldade tem sido corriqueira, em razão do preço do álcool não estar compensando e os donos de veículo terem migrado para a gasolina.

O empresário diz que hoje vende 270 mil litros de gasolina por mês e 40 mil de álcool.

Vindo de Corumbá, Adalberto Baruki, de 45 anos, também aguardava para abastecer o veículo hoje. Ele saiu às 2h30 de Corumbá esperando também na fila da BR Distribuidora, sem previsão.

Entre os motoristas que estavam no local, é comum a reclamação de que o fornecimento prioriza os postos de Campo Grande.

Mas entre os estabelecimentos da cidade, embora não tenha sido constatada falta de combustível, também há relatos de dificuldade em conseguir comprar combustível.

O gerente do Posto Piloto, na avenida Afonso Pena, Leoni Brizola, disse que durante o Carnaval, com a saída de muitas pessoas da cidade, teve de esperar três dias para receber gasolina e ainda recebeu uma quantidade inferior à solicitada.

Agora, informou, está trabalhando com uma margem maior, pedindo à distribuidora combustível suficiente para pelo menos um dia e meio de vendas.

Números- Os dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) apontam que em janeiro deste ano foram comercializados 36.732.000 litros de gasolina nos estabelecimentos do Estado, frente a um volume de 28.663.000 em janeiro do ano passado.

Somente em dezembro do ano passado o volume comercializado foi maior, atingiu recorde de 41.208.000.

Esse aumento foi gradativo desde que começou o processo de encarecimento do álcool, em outubro. Em setembro o valor médio cobrado pelo litro combustível no Estado era de R$ 1,625, passou a R$ 1,74 em outubro e em fevereiro deste ano já estava em R$ 2,066, uma diferença para mais de 27%.

Como o álcool tem, ainda, rendimento menor que a gasolina, boa parte dos condutores voltaram a abastecer com gasolina, rompendo o processo de migração para o álcool, que nos últimos anos foi crescente.

Em janeiro deste ano os postos de Mato Grosso do Sul comercializaram 10.586.000 litros de álcool hidratado, o menor nível desde setembro de 2007. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda no consumo é de 37%.

Da frota estadual, de 876.839 veículos, 13% são flex, movidos a álcool e gasolina; 5,7% são movidos apenas a álcool e 65% utilizam somente gasolina.

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