Com potencial R$ 40 bilhões, MS é bola da vez na rota do dinheiro
Os novos ares da economia, que vai, gradativamente, ganhando perfil industrial, torna Mato Grosso do Sul rota dos grandes investimentos. Na geografia do dinheiro, o Estado é o 17º entre as 27 unidades administrativas do Brasil.
De acordo com o IPC Maps, o potencial de consumo em 2013 chega a R$ 40,4 bilhões em Mato Grosso do Sul. Desde montante, 37.5% se concentram em Campo Grande, a cidade mais populosa.
Na Capital, o potencial de consumo chega a R$ 15,6 bilhões. A maior parcela, R$ 3,7 bilhões, vai para manutenção do lar. Esse quesito incorpora as despesas de alugueis, impostos, taxas, luz e água. Juntos, alimentação, bebida e artigos de limpeza somam R$ 2,3 bilhões.
O dado pode ser uma pista do que leva tantos supermercados, especialmente os “atacarejos”, a abrir as portas na cidade. Se antes, reinavam Atacadão e Makro, nos últimos anos, a expansão se vê nas ruas, com a chegada de lojas do Fort Atacadista, Maxxi e Assaí.
Último a chegar, o grupo Pão de Açúcar inaugurou a primeira loja do atacarejo Assaí em junho deste ano. Agora, já se prepara para abrir a segunda unidade em Campo Grande. Para o novo empreendimento, foram abertas 262 vagas de emprego.
Com lojas em Santa Catarina, Paraná e São Paulo, a Havan, que se autointitula a maior rede de departamento do Brasil, rumou em julho para o Centro-Oeste. Depois de Goiás e Mato Grosso, abriu loja em Dourados e inaugura em dezembro uma unidade em Campo Grande.
A loja nasceu em 1986 e se popularizou ao adotar, a partir de 1994, as linhas arquitetônicas da fachada da Casa Branca, sede do poder nos Estados Unidos. Na Capital, a obra é executada ao lado do shopping Norte Sul Plaza, na avenida Ernesto Geisel.
Segundo a assessoria de imprensa, a Havan se instala em cidades polos de regiões em desenvolvimento. O investimento na loja de Campo Grande é de R$ 30 milhões, com geração de 200 empregos.
Bola da vez - Para o assessor econômico da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Thales de Souza Campos, a atração entre os novos investimentos e a cidade resulta do desenvolvimento de todo o Estado. “Hoje, Mato Grosso do Sul passa por um processo muito grande de desenvolvimento. É a bola da vez. È a mudança da matriz econômica”, avalia.
Um expoente é Três Lagoas, que deixou a agropecuária e virou a Capital da Celulose. O município abriga 65 indústrias e vem galgando posições no potencial de consumo. Segundo o IPC Maps, Três Lagoas ocupa a terceira posição estadual, com potencial de R$ 2 bilhões. No entanto, subiu sete posições no cenário nacional.
Conforme Thales Campo, a força da economia vai pelos quatro cantos. “No Pantanal, tem o turismo. Na região Norte, a produção de grãos. No Sul do Estado, as indústrias sucroenergéticas”, afirma.
Neste panorama, avança o consumo de bens, serviços e turismo. Ele explica que não há relação entre a interiorização das grandes redes com a saturação de outros mercados. “Isso é resultado do processo de crescimento”.