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Economia

Com superfaturamento, 50% dos imóveis de Campo Grande encalham

Luciana Brazil | 11/05/2012 13:29
Casas vizinhas, no bairro Rita Vieira, são vendidads por preços diferentes por causa do terreno. (Foto:Luciana Brazil)
Casas vizinhas, no bairro Rita Vieira, são vendidads por preços diferentes por causa do terreno. (Foto:Luciana Brazil)

Para onde se olha, lá estão elas. Em Campo Grande, as placas indicando imóveis à venda se tornaram comuns em todas as regiões da cidade. A oferta é grande e a procura é mediana. Os preços acima do valor de mercado são os catalisadores para tantos imóveis à espera de um comprador, conforme explicou o presidente do Sindimóveis/MS (Sindicato dos Corretores de Imóveis), James Antônio Gomes.

“Hoje tem muito imóvel para vender e muitos deles estão acima do preço de mercado. Esses imóveis vão continuar à venda porque as pessoas não vão comprar nada acima do valor de mercado”, afirmou.

Cerca de 50% dos bens à venda, em Campo Grande, estão com preço acima dos valores reais, conforme avaliação de Gomes. “Grande parte está com preço muito alto. O problema não é do mercado, é do dono do imóvel que não aceita a sugestão do corretor”.

Sobre o mercado imobiliário, o presidente analisa como estável e ressalta que há pelo menos três anos não se vive um momento de crise. Conforme Gomes, o aquecimento nos negócios teve início em 2010 e se estendeu até outubro do ano passado. O boom foi motivado por vários fatores, entre eles o programa do Governo Federal, “Minha Casa, Minha Vida”, além das facilidades de aquisição dadas pela CEF (Caixa Econômica Federal), como afirmou Gomes.

“Depois de outubro de 2011, a venda e compra se tornaram mais estáveis e continuam assim em na Capital e em várias cidades do Estado”, explicou. No interior de Mato Grosso do Sul, o cenário também é positivo e o crescimento das cidades é a grande motivação para o mercado imobiliário. “As usinas, as indústrias e as plantações estão acelerando o desenvolvimento de várias localidades”, frisou Gomes.

A atual constância do mercado, que é vista como um quadro positivo, acontece porque só está comprando imóvel quem precisa mudar de casa, segundo o presidente do Sindimóveis. “O investidor, aquele que compra, reforma e vende, não está comprando. Ele compra para ganhar dinheiro e como os imóveis estão com preço acima do mercado, eles também não estão comprando”.

A valorização dos imóveis tem sido frequente em todas as regiões de Campo Grande, e na maioria dos casos, por causa da melhora na infraestrutura. “O imóvel é valorizado quando se tem infraestrutura. Aqui em Campo Grande, todos os lugares estão ficando valorizados por causa dos novos asfaltos, por causa das avenidas, dos parques lineares. Além disso, Campo Grande é uma cidade de médio porte e tem crescido muito”.

De acordo com Gomes, a região norte da cidade, onde está sendo construído o shopping Parque dos Ipês, é a área de maior visibilidade no momento. “Esse local está sendo muito valorizado”.

Placas e faixas anunciam imóveis à venda em várias regiões da cidade. (Foto:Luciana Brazil)
Placas e faixas anunciam imóveis à venda em várias regiões da cidade. (Foto:Luciana Brazil)

Apartamentos, lotes, casas, terrenos e áreas rurais são comercializadas e valorizadas todas nos mesmos patamares. Para Gomes, adquirir um imóvel é um benefício. “Quem compra tem duas vantagens, que é a valorização do imóvel com o tempo e o aluguel, que é o lucro”.

A equipe do Campo Grande News percorreu várias regiões de Campo Grande e, em todas elas, são muitas as placas e faixas anunciando a venda de imóveis. É comum encontrar casas para vender, uma ao lado da outra, o que revela a grande oferta do negócio na cidade.

Valores: No bairro Rita Vieira, área onde estão sendo feitas várias construções, muitas casas estão à venda. A corretora Luciana Costa, afirmou que o terreno é um quesito decisivo para a valorização do imóvel. “Além do tamanho do terreno, a localização é essencial para que uma casa seja vendida com valor mais alto”.

Localizadas uma ao lado da outra, duas casas, no bairro Rita Vieira, possuem preços bem diferente. Segundo Luciana, a mais cara, de R$ 400 mil tem um terreno de 360 m², acabamento de primeira linha, além de várias mordomias. Já a casa que fica ao lado, custa R$ 200 mil, mas o terreno é a metade da primeira casa. “Isso define tudo”, frisou a corretora.

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