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Economia

Comércio da Coophavila 2 faz "ponto mix" para elevar vendas no bairro

Elverson Cardozo | 02/08/2013 08:01
Comércios participantes podem ser identificados pelas placas. (Foto: Pedro Peralta)
Comércios participantes podem ser identificados pelas placas. (Foto: Pedro Peralta)

Comerciantes do bairro Coophavila 2, em Campo Grande, esperam aumento de pelo menos 30% durante os 11 dias da ação “Compre Aqui”, promovida pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), em parceria com o Sebrae de Mato Grosso do Sul.

A iniciativa, que tem o objetivo de estimular o comércio da região, reúne mais de 40 estabelecimentos, de diversos segmentos, desde padaria à loja de conveniência, que vão oferecer, durante esse período, produtos e serviços com descontos, além de oferecerem brindes.

Nesta quarta-feira (1), primeiro dia com “Compre Aqui”, a rua da Península, principal do bairro, amanheceu diferente. Fora a plaquinha de identificação, que mostra os estabelecimentos participantes, muitos comerciantes apostaram no marketing visual.

Para chamar a atenção da clientela, o proprietário de um restaurante, Luiz Carlos Tórtura, 49 anos, investiu na decoração. Gastou R$ 100,00 com balões, fitas coloridas e o tapete vermelho, de TNT, que fez questão de estender na entrada do comércio.

“Ainda não pensei se vai ter vantagem ou não, mas percebi que as pessoas ficaram mais curiosas”, disse, ao comentar que o valor aplicado na loja, hoje, rende 10 refeições. “Tomara que eu tenha retorno”, afirmou.

Proprietário do restaurante, Luiz Carlos, gastou com decoração, mas não sabe se vai lucrar. (Foto: Pedro Peralta)
Proprietário do restaurante, Luiz Carlos, gastou com decoração, mas não sabe se vai lucrar. (Foto: Pedro Peralta)

A esposa, Kristine Zippine, 44 anos, completou: “Se não der, pelo menos a gente se distrai com essas coisas”. A funcionária, Mayza Duarte Firmino, 28 anos, não está assim tão tranquila. Auxiliar de cozinha há 3 meses, ela acha que, à noite, vai trabalhar dobrado. “Vou ter que me virar em 30 lá nos fundos”, comentou.

A amiga, Ilda Aparecida Figueiredo Wundrvald, 54 anos, que está na função de garçonete, também acredita que o movimento vai aumentar, mas acha que o cansaço, no final das contas, vai compensar. “É um benefício para o bairro. Cada região tem sua evolução e o Coophavila está começando agora”, pontuou.

Kelly Ramos Ferreira, 42 anos, “vizinha” do lado, proprietária de uma loja de acessórios, pensa da mesma maneira e vê com bons olhos a ação que, segundo ela, vai dar mais visibilidade ao bairro.

“Agarramos a causa com vontade. Vai ser uma linda campanha. Serão 11 dias de trabalho, mas valerá a pena”, disse. Na avaliação da empresária, a iniciativa é uma forma de mostrar aos clientes, moradores do bairro, que no local também tem comércio, atendimento e produtos de qualidade.

Kelly é mais otimista. Agarrou a oportunidade e espera vender bastante. (Foto: Pedro Peralta)
Kelly é mais otimista. Agarrou a oportunidade e espera vender bastante. (Foto: Pedro Peralta)

Muita gente, afirmou, “tem o estigma de que, se descer no centro, vai encontrar novidades. Eu vou uma vez por mês a São Paulo e trago novidades. Tenho orgulho de ter uma loja no bairro”. Ela é uma das comerciantes que aderiu aos descontos. Na loja de Kelly, quem comprar acima de R$ 30,00 tem direito a estourar um balão, que pode render um brinde.

Mas a vantagem não fica só nisso. As réplicas de bolsas que, geralmente, custam em torno de R$ 130,00, durante os 11 dias serão vendidas a preço único: R$ 79,00.

Como os acessórios são variados, para homem e mulher, a proprietária também está apostando na proximidade do dia dos pais. Pediu, inclusive, para instalar uma TV de 42 polegadas na entrada do estabelecimento. “Vai rodar fotos de pais e filhos”, adiantou.

O marketing diferenciado também é aposta dos proprietários de uma loja de calçados, que também aderiu ao tapete vermelho na porta. A gerente, Cintia Menegazzo, de 34 anos, conta que a intenção, como defendeu Kelly, é mostrar que no Coophavila também há comercio de qualidade.

Ela questiona: “Se você tem produto, qualidade e bom atendimento, porque vai ao centro?”. Alguns dos calçados vendidos no local, pelo menos até o dia 11, terão desconto de até 60%.

Na loja de calçados, clientes pisam no tapete vermelho. (Foto: Pedro Peralta)
Na loja de calçados, clientes pisam no tapete vermelho. (Foto: Pedro Peralta)

O cliente também pode estourar um balão e, se tiver sorte, sair com um brinde como uma camiseta, um doce ou calculadora. “Se não ganhar nada pode sair com um abraço ou um sorriso”, disse ela, com o discurso de propagandista.

Mas a gerente tem razão. O atendimento, no final das contas, seja no bairro ou centro, às vezes vale mais que o produto. Os clientes não deixam mentir. Para a acadêmica de administração Helena Cristaldo, de 35 anos, moradora do bairro, a ação traz investimento, giro de capital, e mão de obra. “A qualidade, muitas vezes, é melhor.

Ela foi à loja por conta da promoção. Levou a irmã, a secretária Marta Cristaldo, que pretendia levar pelo menos dois calçados e desembolsar mais de R$ 100,00. Para ela, a comodidade de se comprar no próprio bairro onde mora é o ponto mais importante. “O que tem aqui não deixa a desejar”, ressaltou.

Clientes e moradoras do bairro, Marta e Helena, gostaram da iniciativa. (Foto: Pedro Peralta)
Clientes e moradoras do bairro, Marta e Helena, gostaram da iniciativa. (Foto: Pedro Peralta)

É essa a intenção dos envolvidos no projeto. Estimular o comércio local. Levar mais desenvolvimento às regiões de Campo Grande. Um dos coordenadores, Moacir Pereira Junior, afirma que a adesão, pelo menos até agora, tem sido significativa.

Só no Coophavila, que tem cerca de 93 estabelecimentos comerciais, 43 estão participando. É o primeiro de uma lista de 10 bairros que está incluído na iniciativa da Associação Comercial.

“A importância disso é chamar a atenção dos consumidores locais que procuram comodidade e facilidade”, disse, ao comentar que a entidade estima, para o comércio, aumento de 15 a 20% durante o “Compre Aqui”.

E não são só os empresários participantes que devem lucrar. Pintor, Apolinário Neto, de 47 anos, morador do Tarumã, bairro vizinho, está de olho e sabe que, se aproveitar, vai faturar uma boa grana.

Só hoje ele já foi chamado para pintar promoções em vitrines de duas lojas. No final do dia, deve voltar para casa com pelo menos R$ 400,00. Mais que o dobro do dias normais, que rendem, no máximo, R$ 100,00. “Na minha área favorece bastante”, avaliou.

Para o pintor, que também vai lucrar com a ação, a semana ficou um pouco mais fácil. (Foto: Pedro Peralta)
Para o pintor, que também vai lucrar com a ação, a semana ficou um pouco mais fácil. (Foto: Pedro Peralta)
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