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Economia

Comércio nos bairros: bater perna para as compras deixou de ser ida ao centro

Paula Maciulevicius | 21/12/2011 19:17

Vantajoso e perto de casa, o comércio nos bairros cresce e clientela também

Bairro Dom Antônio Barbosa, exemplo do “luxo” que é ter tudo perto de casa. (Foto: Simão Nogueira)
Bairro Dom Antônio Barbosa, exemplo do “luxo” que é ter tudo perto de casa. (Foto: Simão Nogueira)

Bater perna no centro para fazer compras parece ser coisa do passado para quem mora em bairros da periferia de Campo Grande. Na vizinhança, salão de beleza, loja de roupas e utilidades domésticas lideram o ranking de comércios abertos e também da preferência dos clientes. Vantagem para os dois lados, tanto proprietários quanto consumidores têm se aproveitado da explosão do comércio nos bairros.

O Campo Grande News foi em busca do bom e barato com uma qualidade a mais, ser perto de casa. Ter um mercadinho no bairro já não é nada. No Dom Antônio Barbosa, por exemplo, a vizinhança tem o luxo, em plena periferia, de ter em poucas quadras dois salões de beleza, ao menos três lojas de roupas e utilidades domésticas. Tudo isso com um “que” a mais: portas abertas de domingo a domingo.

Só neste ano, segundo o Sebrae, 15 mil empresas se formalizaram em Campo Grande, através do Empreendedor Individual. Dado que explica a explosão das portinhas abertas nos bairros da Capital. Com aquecimento considerável na economia, são eles que compõem o setor terciário, responsável hoje por 60 mil empresas no Estado.

“Com o benefício do empreendedor ele tem assessoria contábil, diminuem os custos e passa a competir com preço de loja do centro”, ressalta o técnico em orientação empresarial do Sebrae, Júlio César da Silva.

A formalização é a principal vantagem para quem está do lado de cá do balcão no comércio. Ter incentivos do estado, CNPJ e ainda dispor dos benefícios do INSS, principalmente aposentadoria foi o que fez o projeto da cabeleireira Laura Albiquerque, 34 anos, sair do papel.

“Por causa desse fluxo de gente aqui no bairro, pesquisei com o Sebrae e vi que dava para abrir aqui”, relata.

Programa Empreendedor Individual foi o que tirou o projeto da cabeleireira do papel. (Foto: Simão Nogueira)
Programa Empreendedor Individual foi o que tirou o projeto da cabeleireira do papel. (Foto: Simão Nogueira)

Hoje, consolidada no mercado depois de cinco anos, ela atende clientes que já foram do bairro e até de outras cidades, fora a clientela da vizinhança. Enquanto o Campo Grande News esteve no salão, ao menos cinco clientes faziam cabelo, isso em plena tarde de quarta-feira.

A babá Michele da Silva, 21 anos, era uma delas. Já morou na região, agora vem do centro até o Dom Antônio só para fazer uma escova, mas defende, que o “só” representa muita coisa.

“Eu já até tentei por lá, mas eu venho sim até aqui porque é onde gosto”, comenta.

A cabeleireira emenda “e eu não perdi a cliente”, brincando. Laura teve melhoria de 90% do movimento, de quando abriu para 2011 e explica o motivo do salão estar lotado “é a qualidade do serviço que faz sucesso”.

Dos cabelos para roupas, no bairro o que não falta é opção. E foi justamente isso que chamou a atenção do servente de pedreiro Luiz Fernando da Silva, 23 anos. Morador de Campo Grande há pouco mais de seis meses, o paranaense em poucos passos havia comprado tudo o que precisava.

Nas mãos sacolas com short, tênis, camiseta e por último, olhava um boné. “Nessa parte aqui não falta nada, na minha cidade não tinha nada assim”, compara.

Chinelos, roupas e até artigos de sex shop são vendidos em loja do bairro. (Foto: João Garrigó)
Chinelos, roupas e até artigos de sex shop são vendidos em loja do bairro. (Foto: João Garrigó)

E assim como em shoppings, o comércio do Dom Antônio também tem a loja mais movimentada e preferida dos clientes. Lá seguramente se encontra absolutamente tudo. De chinelos, sapatos, roupas, lingerie até artigos de sex shop.

Antes de chegar lá, a propagando toda veio dos moradores. Lourdes Maurílio, 36 anos, foi quem indicou. “Roupas? Vixe e como tem, nessa loja é só de qualidade, coisa boa mesmo e parcela no cartão em bastante vezes”, anuncia.

Para ela ir até o centro se tornou dispensável.

“O que você vai gastar com passe não compensa mais, aqui tem coisa bem novinha, bastante em conta, roupa da moda mesmo. Se vai até lá gasta no mínimo o dinheiro do passe. Aqui você compra um short pelo mesmo preço e às vezes até mais barato”, diz.

O Campo Grande News foi conferir e por pouco não cai na tentação de ir às compras também. Variedade de artigos e facilidade no pagamento, vantagens que colocam o bairro no páreo de vendas com o centro.

“Aqui foi uma das primeiras, a gente tem também produtos de beleza a pronta entrega, tem tudo. O cliente sai no lucro e pode parcelar as compras baratas em até seis vezes”, explica a proprietária Suelen Gonçalves Marinho, 21 anos.

Ela até brinca que pagar no carnê ou parcelar no cartão em parcelas à perder de vista fizeram até os clientes perderem a vergonha. “Antes se eles estavam devendo, não passavam nem na frente. Agora não tem mais isso”, completa.

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