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Economia

Consumidor se revolta ao ver na nota fiscal quanto paga em imposto

Filipe Prado | 27/01/2014 10:32
Os valores das cargas tributárias variam de acordo com os produtos adquiridos (Foto: Marcos Ermínio)
Os valores das cargas tributárias variam de acordo com os produtos adquiridos (Foto: Marcos Ermínio)

A lei federal manda discriminar os tributos nas notas fiscais, mas os consumidores não têm o costume de olhar os valores pagos. No entanto, mesmo não observando, quando resolve parar para conhecer os detalhes, o consumidor reclama da alta carga tributária no País.

O valor fica um pouco escondido, já no final da nota fiscal, mas mostra o quanto um consumidor gasta, em média, com os tributos. Maria Conceição Barros, 55 anos, fez um compra de R$ 64,50 e teve que pagar 26,18% de impostos. “Acho altíssimo”, comentou.

Como muitas pessoas, Maria não costuma olhar o quanto gasta com tributos. “Não olho, não tenho este hábito”, confessou. Ela ainda sugestiona que os valores deveriam “chamar mais a atenção” dos consumidores.

Antônio Barreto, 39, também não presta atenção na porcentagem. “Normalmente nem olho”, relatou. Do valor de R$ 91 pagos na compra, 27,23% foi para os tributos. “Eu poderia comprar muita coisa com este 27%”, afirmou. Antônio admitiu que o “brasileiro é muito desligado”, por isso não presta atenção nestes valores.

“Acho um valor muito alto, um absurdo”, comentou o auxiliar de estoque Claudemir da Silva, 35, quando a equipe do Campo Grande News mostrou-lhe o espaço onde estava o valor do tributo. Ele pagou cerca de R$ 21 de impostos, em uma compra de R$ 98.

Mas o maior valor pago foi o do administrador de empresas Francisco Batista de Almeida Junior, 47. Mais de 30% da sua compra foi revertida para os impostos. “As vezes olho, mas acabo não tendo o costume. Acho isso um absurdo, o pior é que este valor não volta pra o nosso bolso”, relatou.

O administrador contou que todos os domingos ele oferece, para os moradores do lixão de Campo Grande, 500 marmitas e disse que poderia dar mais, caso não houvesse a cobrança do imposto. “Hoje eu dou 500, mas eu poderia dar cerca de 600, se não cobrassem esse valor”, declarou.

Mas os consumidores ficam indignados com a sensação de impotência diante dos números. “Saber destes números vai levar a que? Terá a redução dos impostos? Acho que não”, indagou Maria Conceição.

A única pessoa que admitiu olhar os impostos foi a servidora pública Mariana Vecchiato, 33. “Eu sempre olho, mas em alguns mercados ainda não vem o valor”. Ela ainda reclamou dos valores diários cobrados. “Ainda temos que pagar IPTU, IPVA, sendo que todos tiveram um aumento. Meu salário de janeiro foi todo para pagar o IPTU”, contou.

Ela fez uma compra no valor de R$ 262,60, mas teve que pagar 29,58% de impostos, ou seja, cerca de R$ 77 de tributos. “Acho isso ridículo”, protestou.

Lei – A Lei Federal 12.741/12 foi sancionada pela presidenta Dilma Roussef em dezembro de 2012, mas ela começou a valer no dia 10 de junho de 2013 em todo o país. E tem como objetivo é deixar claro para o consumidor o quanto ele paga de imposto em cada compra, independente do valor dos produtos adquiridos.

Antonio pagou cerca de 30% em tributos na compra (Foto: Pedro Peralta)
Antonio pagou cerca de 30% em tributos na compra (Foto: Pedro Peralta)
Claudemir não sabia que tinha pago mais de R$ 21 em impostos (Foto: Pedro Peralta)
Claudemir não sabia que tinha pago mais de R$ 21 em impostos (Foto: Pedro Peralta)
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