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Economia

Consumidores deixam peixe para última hora e movimentam Mercadão

Fabiano Arruda e Fernando da Mata | 06/04/2012 10:00
Campo-grandenses se apressam para compra de peixe na Sexta-Feira Santa. (Foto: Fernando da Mata)
Campo-grandenses se apressam para compra de peixe na Sexta-Feira Santa. (Foto: Fernando da Mata)

As primeiras horas de funcionamento da peixaria do Mercado Municipal de Campo Grande nesta manhã registraram movimento intenso por conta dos consumidores que não conseguiram fazer compras com antecedência.

A funcionária pública Elizabeth Rocha, 58 anos, disse que, por conta do trabalho, só pôde sair hoje em busca do peixe, prato tradicional na Semana Santa. "Infelizmente deixei para ultima hora, mas a gente sempre acha peixe bom", comentou, levando um filé de pintado na sacola.

O comerciante Ramão Peralta, 42 anos, resumiu que a sexta-feira costuma ser o dia em que ele tem mais tempo para ir aos mercados. Pintado e pacu foram as compras neste feriado.

O também comerciante Ilton Yamashita, 43 anos, comenta que trabalhou até 2 horas desta madrugada. “Só agora de manhã que deu tempo”, justifica, levando um pacu para casa.

A dona de casa Maria Inês Ferreira, por sua vez, conta que seu tempo é escasso por conta dos netos. “Vó que cuida de neto já viu: não tem tempo para nada”, brincou, levando um pintado.

O advogado Maucir Paulete, 51 anos, diz que já havia comprado um pintado durante a semana, mas que precisou sair às compras novamente para reforçar as panelas neste feriado. “Chegou mais gente em casa”, disse, levando um pacu, desta vez.

O proprietário da peixaria do Mercadão, Cleuber Linares, reforçou o que as compras dos consumidores mostram: pintado e o pacu são os carros-chefe do estabelecimento.

Funcionário de peixaria tenta organizar atendimento movimentado nesta manhã. (Foto: Fernando da Mata)
Funcionário de peixaria tenta organizar atendimento movimentado nesta manhã. (Foto: Fernando da Mata)

Em comparação com os dias normais, as vendas dobraram durante a Semana Santa, informa. “Temos os caminhões na porta que estão funcionando como câmara fria”, disse sobre a solução para atender a demanda.

Questão ambiental - Os consumidores também aproveitaram para comentar sobre um dilema econômico em relação ao consumo de peixe. O fato de o Estado possuir vasta extensão de rios e, na contramão, o preço do pescado ser alto, realidade que não é exclusiva de Mato Grosso do Sul.

O assunto dominou os discursos ontem, durante visita do senador e ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella (PRB-RJ), em Campo Grande. Ele criticou o baixo consumo de peixe no País e revelou média per capta de 9 quilos por ano. Em Mato Grosso do Sul, segundo ele, o consumo per capto gira entre dois a três quilos.

Maucir Paulete culpa a falta estímulo para a produção de pescado em Mato Grosso do Sul e considerou um absurdo os custos serem "tão altos".

Ilton Yamashita pontua que o potencial do Estado deveria ser melhor aproveitado. Ele ainda atribui a situação à pesca predatória. “Retira todo o pescado dos rios”, critica.

Já Ramão Peralta argumenta que mesmo se houvesse estímulo a produção de peixe em MS os preços continuariam altos. “Tem tanta coisa que produz aqui que é mais caro”, ilustrou.

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