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Economia

Contribuinte acha valor do IPTU injusto e é contra reajuste em 2014

Lidiane Kober | 07/10/2013 16:02
Claúdio não vê justificativa para aumento o imposto e cobra benfeitorias (Fotos: Cleber Gellio)
Claúdio não vê justificativa para aumento o imposto e cobra benfeitorias (Fotos: Cleber Gellio)
Marina quer saber aonde para o dinheiro arrecadado com os impostos
Marina quer saber aonde para o dinheiro arrecadado com os impostos

Por não visualizar retorno, campo-grandenses acham injusto o valor do IPTU (Imposto sobre Propriedade e Territorial Urbano), considerado o 3º mais caro do País, e protestam contra eventual aumento em 2014. Para eles, falta transparência na aplicação dos recursos e o correto seria congelar o imposto até a população ter saúde, educação e segurança de qualidade.

“São tantas casas e apartamentos na cidade, é muito dinheiro arrecadado, mas a gente não sabe aonde esses milhões param”, comentou a professora, Marina Morgantini, 50 anos. Em 2013, devem entrar R$ 255,3 milhões nos cofres da prefeitura por meio da do imposto e a previsão é arrecadar R$ 301,5 milhões em 2014, um reajuste de 18%.

Para ficar em dia com o IPTU, Marina desembolsa aproximadamente R$ 5 mil por ano, mas não vê melhorias em sua região. “Nos últimos anos, não vi nenhuma benfeitoria e, apesar de a Constituição nos dar o direito a atendimento na área da saúde, pago plano particular para evitar filas e melhorar a qualidade de vida da minha família”, frisou.

Morador do Jardim Itamaracá, Claúdio Borges, 47 anos, gasta cerca de R$ 700 por ano com o imposto. “E não moro em nenhuma mansão, mas em uma casa popular, com a rua toda esburacada e a iluminação pública vive dando problema”, relatou. “E cada dia está mais difícil ganhar dinheiro para pagar esse mundaréu de impostos e sustentar altos salários de corruptos”, desabafou.

Para Magno, o certo é baixar ou no mínimo congelar o valor do IPTU
Para Magno, o certo é baixar ou no mínimo congelar o valor do IPTU

Magno Silva Lopes, vendedor autônomo de 31 anos, engrossou o discurso e cobrou melhorias na saúde e na educação antes de se cogitar aumento no imposto. “Os postos da saúde vivem cheios, a gente é mal atendida e faltam médicos, por isso, o justo é baixar o valor do IPTU ou congelar até a gente ter atendimento digno”, defendeu.

A diarista Lucimara Lopes da Silva, 55 anos, avaliou como “absurda” a possibilidade de reajustar em 18% o imposto, a partir do próximo ano. “O salário do pobre é corrigido de acordo com a inflação e a gente precisa sobreviver com isso, então, não dá para aceitar aumentos como esse”, disse.

Desacreditada com o setor público, a viúva Francisca Barbosa Costa, 66 anos, está decidida a dar calote na prefeitura e não pagar os R$ 500 de IPTU. “Vivo com um salário mínimo e ainda tenho um filho especial, uma muda e surda e outro acidentado para cuidar”, contou. “Esse ano não quero nem saber, não vou pagar esse imposto para sustentar essa ladroagem que a gente anda vendo”, emendou.

Pesquisa - Segundo levantamento do Tesouro Nacional, o campo-grandense paga o 3º maior valor do IPTU entre os moradores das capitais. O tributo consume 1,41% da renda do município, o maior percentual entre as 27 cidades. Apesar de o imposto ser um dos mais caros do País, o prefeito Alcides Bernal (PP) prevê aumento de 18% na arrecadação para 2014.

Ainda de acordo com a pesquisa, o IPTU per capita em Campo Grande é de R$ 283,89, dividindo-se o total arrecadado pelo número de habitantes. O valor só fica abaixo dos pagos pelos moradores de São Paulo (R$ 441,91) e Belo Horizonte (R$ 290,60). Em relação ao menor valor cobrado nas capitais, que é de R$ 14,33, em Macapá (AM), o campo-grandense paga 1.881% a mais.

Desacreditada com o setor público, Francisca está decidida a dar o calote na prefeitura
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Para Lucimara, cobra-se muito imposto e o retorno à sociedade é pouco
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