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Economia

Crise nos EUA vira oportunidade para MS e exportação bate novo recorde

Edivaldo Bitencourt e Lidiane Kober | 10/01/2014 18:04
Empresa Eco Máquinas, na Capital, começou a exportar em 2009 e emprega 54 operários (Foto: Cleber Gellio)
Empresa Eco Máquinas, na Capital, começou a exportar em 2009 e emprega 54 operários (Foto: Cleber Gellio)

Impulsionada pela crise na agricultura dos Estados Unidos, as exportações de Mato Grosso do Sul cresceram 24,77% e bateram novo recorde, superando US$ 5,2 bilhões, no ano passado. Os principais produtos do mix sul-mato-grossense no comércio com outros países continuam sendo soja, celulose, açúcar, carne bovina, minério e milho.

No entanto, a indústria guaicuru também conquistou novos mercados em 2013. Só uma empresa, a Eco Máquinas, atuando há 10 anos na Capital, teve aumento de 5% nas vendas externas. Segundo a diretora comercial Maryluce Marques, o grupo comercializou fábricas de tijolos e pisos ecológicos para 47 países no ano passado.

Os principais mercados da empresa continuam sendo Venezuela e Angola. Atualmente, 23% da produção da indústria campo-grandense, que conta com 54 funcionários, é destinada ao mercado externo. A expectativa é crescer 15% neste ano, segundo Maryluce.

Além das máquinas, que começam a ser vendidas a outros países em 2009, a Eco Máquinas se prepara para ampliar o mix de exportação. A diretora comercial conta que serão vendidos bebedouros, mata-burros, porteiras, mangueiros ondulares e baias para cavalos.

Carro-chefe – A soja continua sendo o “carro-chefe” no quesito exportação em Mato Grosso do Sul, especialmente, no ano passado, quando, em volume, a venda aumentou 62,9% e rendeu 68,1% a mais nos 12 meses do ano passado, em comparação ao mesmo período de 2012.

“O resultado foi impressionante”, avaliou a economista e assessora técnica da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Adriana Mascarenhas. Segundo ela, o aumento ainda é reflexo de problemas climáticos, registrados em 2012 nos Estados Unidos, até então maior produtor mundial de soja e milho.

A quebra da safra norte-americana abriu espaço para o Brasil. “Com produtos a oferecer com preços competitivos, exportamos mais”, destacou a economista. Do total comercializado para fora do país, a China ficou com 84,78% da soja brasileira.

Em 2013, exportação da soja aumentou 62,9% em volume e rendeu 68,1% a mais (Foto: Divulgação)
Em 2013, exportação da soja aumentou 62,9% em volume e rendeu 68,1% a mais (Foto: Divulgação)

Para 2014, conforme Adriana, a expectativa continua sendo boa, apesar de existir a tendência de queda no preço do grão. “Motivados pelos últimos resultados, o produtor reduziu a área de milho e ampliou a plantada de soja”, ressaltou. “Apesar da fase de recuperação dos Estados Unidos, o cambio vem nos favorecendo e há a expectativa de o dólar atingir R$ 2,40”, acrescentou para justificar o bom momento da soja.

Sobre o resultado do milho, a economista admitiu certa decepção. “Não tivemos resultados tão bons como nos últimos anos”, disse. Já a avicultura registrou aumento de 23% no volume exportado e no rendimento financeiro. Os principais compradores foram o Japão, a Arábia Saudita e a China.

No setor da carne bovina in natura, Adriana também comemorou o resultado de crescimento de 25% do volume importado e na elevação de 19% do valor arrecadado. Neste ramo, o principal comprador é a Rússia, seguido da China e do Chile.

Este ano, de acordo com a economista, o cenário também é de otimismo. “Existe a expectativa de conseguirmos vender a carne in natura aos Estados Unidos”, explicou. Além disso, ela calcula aumento no consumo interno por conta da realização da Copa do Mundo no Brasil e das eleições.

Recorde – Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, as exportações do Estado cresceram 24,77% no ano passado, de US$ 4,212 bilhões para US$ 5,256 bilhões. As vendas externas do País tiveram um ligeiro declínio, de 0,16%.

Só no mês de dezembro, as vendas externas tiveram redução, de -4,14%, no Estado, de US$ 322,8 milhões para US$ 309,4 milhões. Esta redução era esperada para todo o ano, principalmente, por causa da variação cambial, segundo a diretora comercial da Eco Máquinas, Maryluce Marques. “Foi um ano atípico”, explicou.

Máquinas para produção de tijolo ecológico são vendidas, principalmente, para Venezuela e Angola (Foto: Cleber Gellio)
Máquinas para produção de tijolo ecológico são vendidas, principalmente, para Venezuela e Angola (Foto: Cleber Gellio)
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