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Economia

De vendedora a empresária, costureira investe em sonho e muda a vida

Viviane Oliveira | 16/05/2015 09:02
Dalva faz faculdade de moda e para o futuro pretende montar uma fábrica de roupas. (Foto: Fernando Antunes)
Dalva faz faculdade de moda e para o futuro pretende montar uma fábrica de roupas. (Foto: Fernando Antunes)

O sonho de ter o próprio negócio começou quando Dalva Gimenes Rosa, 57 anos, ainda revendia lingerie de porta em porta. Em pouco tempo, a dona de casa percebeu que se fabricasse as peças teria lucro de 100%. Então, ela fez curso de corte e costura, reservou um espaço em casa e passou a fazer os conjuntos. No começo, eram apenas duas máquinas de costura, depois o negócio foi crescendo e Dalva resolveu deixar de lado as lingeries para fabricar roupas e uniformes. Hoje, ela faz faculdade de moda, tem a própria marca e pretende abrir uma fábrica na região Central.

Depois que terminou o curso de corte e costura, Dalva fez empréstimo de R$ 800 para comprar tecidos e máquinas. No início, as lingeries eram vendidas somente na cidade, mas o negócio foi expandindo e a costureira passou a vender para Sidrolândia, Corumbá e Dourados. “As minhas peças eram diferentes e tinham grande aceitação no mercado”, destaca.

O comércio de lingerie durou seis anos até Dalva fazer outro curso na área de malharia para mudar de ramo. Ela começou a fabricar uniformes, camisas e camisetas sob medida e precisou contratar duas diaristas para ajudá-la na produção. “As pessoas foram me conhecendo, indicando e as encomendas aumentando cada vez mais”, diz.

Atualmente, ela chega a fazer 8 mil peças por ano e já fabricou roupas para atores de filme gravado no Estado. Além dos uniformes, a costureira também aceita encomendas avulsas. As peças no ateliê varia de R$ 15 a R$ 280. Com o dinheiro da costura, Dalva conseguiu formar os dois filhos em administração, comprar carro e móveis a vista e ainda garante que consegue guardar dinheiro para alguma eventualidade. “A gente que já passou apuros sabe a importância de poupar”, destaca.

Há pouco mais de um ano, a costureira se formalizou pelo MEI (Micro Empreendedor Individual). Ela faz parte da categoria com maior número de pedidos de formalização, que abrange o comércio varejista de vestuário, salão de beleza, casas de lanches e sucos, mercearias e minimercados. Hoje, a empresária tem sete máquinas no fundo de casa e pretende contratar uma funcionária fixa para ajudar nas costuras. “Teve mês que cheguei a pegar 187 encomendas para entregar no prazo de 2 meses, trabalhei dia e noite e consegui entregar a tempo”, conta.

Ela pretende reformar o cômodo em casa até conseguir montar a fábrica no Centro da Cidade. “Depois que terminar a faculdade de designer de modas vou pensar em ampliar os negócios. Gosto de desenhar e costurar e quero montar uma equipe para trabalhar comigo”, diz. Além de trabalhar e estudar, Dalva ainda consegue arrumar tempo para dar aulas de costura. 

Dalva mostra com orgulho suas produções. (Foto: Fernando Antunes)
Dalva mostra com orgulho suas produções. (Foto: Fernando Antunes)

Em crescimento - De janeiro até março, 72.743 MEIs foram formalizados em Mato Grosso do Sul, segundo a Receita Federal. O número está perto de superar o total de micro e pequenas empresas no Estado, que somam 75.082 empreendimentos, de acordo com o último levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas).

Em Campo Grande, atuam hoje 30.632 MEIs. As cidades com mais empreendedores formalizados são Dourados, com 5.977, Três Lagoas 3.332, Corumbá 2.158 e Ponta Porã 1.671. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o número de microempreendedores individuais em atividade cresceu 15% a 25%, dependendo de cada cidade.

Como ser MEI - Microempreendedor individual é para quem trabalha por conta própria, fatura no máximo R$ 5 mil por mês e se legaliza como pequeno empresário. Uma das vantagens oferecidas está no registro do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), o que facilita a abertura de conta bancária, pedido de empréstimos e emissão de notas fiscais.

Além disso, quem se formaliza no MEI é enquadrado no Simples Nacional e fica isento dos tributos federais, como Imposto de Renda, PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

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