ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Economia

Defensoria estuda ação na Justiça contra reajuste abusivo do IPTU

Aline dos Santos | 03/02/2014 10:05
Defensor deve entrar com ação antes do dia 10, quando vence prazo para pagar o imposto. (Foto: Aline dos Santos)
Defensor deve entrar com ação antes do dia 10, quando vence prazo para pagar o imposto. (Foto: Aline dos Santos)

A Justiça deve receber mais uma ação contra o reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em Campo Grande. A Defensoria Pública instaurou procedimento de coleta de provas e pode, ainda nesta semana, entrar com ação civil pública pedindo a suspensão da cobrança e emissão de novos carnês para os contribuintes.

De acordo com o titular da Defensoria do Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Amarildo Cabral, o objetivo é ter um parecer, pela ação judicial ou pelo arquivamento do procedimento, antes dos dia 10 de fevereiro, quando vence a primeira parcela do imposto. “Isso atinge a população carente, que tem menos”, afirma Cabral.

Segundo o defensor, serão feitos os cálculos para verificar se houve reajuste ilegal. No entanto, a situação já é indicada em uma análise preliminar. Pois, houve contribuinte com reajuste de 400 % no IPTU.

A cobrança se torna ilegal porque o imposto só pode ser alterado por decreto, ou seja, por ordem exclusiva do prefeito, quando corrige a inflação. Se o valor exceder o percentual, o projeto precisa de aprovação da Câmara Municipal.

O decreto 12.252, assinado pelo prefeito Alcides Bernal (PP), foi publicado em 23 de dezembro do ano passado. O índice utilizado foi o IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial), que teve variação de 5,93% entre outubro de 2012 e setembro de 2013.

Porém, após reclamações, a Prefeitura reconheceu que houve aumento acima da inflação. Conforme o secretário municipal de Receita, Disney Souza, o reajuste a maior aconteceu apenas para 2% dos contribuintes e que se trata de uma “correção” do valor venal do imóvel, quando se faz alguma alteração ou modificação do local.

Entretanto, foram registrados vários casos em que o contribuinte não fez nenhuma mudança e teve reajustes de 35% até 128%. A cobrança abusiva do imposto já foi denunciada à Justiça pelo PRP (Partido Republicano Progressista), que move uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Na última sexta-feira, o desembargador João Maria Lós deu prazo de cinco dias para que a Prefeitura se manifeste no processo. O PRP pede a suspensão do decreto sobre o IPTU.

Nos siga no Google Notícias