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Economia

Desemprego aumenta inadimplência, mas valor médio da dívida cai 80%

Luciana Brazil | 16/01/2015 12:39
Na fila do seguro-desemprego, Felipe diz que vai usar o benefício para limpar o nome. (Foto: Marcos Ermínio)
Na fila do seguro-desemprego, Felipe diz que vai usar o benefício para limpar o nome. (Foto: Marcos Ermínio)

Em 2014, o desemprego foi uma das maiores causas para a inadimplência em Campo Grande. Quase 40% dos entrevistados em uma pesquisa feita pela AICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) na Capital, disseram que a falta de emprego acarretou na restrição ao crédito.

O “Perfil do Inadimplente” mostrou ainda que as dívidas já estão com mais de 90 dias em atraso em 95% dos casos consultados. A boa notícia é que o valor médio das contas apresentou redução de mais de 80% de um ano para o outro. De R$ 716,00 em 2013, o valor caiu para R$ 385,00, o que sugere cautela na hora de negociar as compras.

Mas apesar do desemprego funcionar como um dos vilões na inadimplência, por outro lado, quem é demitido quer aproveitar o seguro-desemprego para quitar as dívidas e limpar o nome. Hoje (16) cedo, na Funtrab (Fundação do Trabalho), entre os que buscavam atendimento para fazer o pedido do benefício, a ideia era, com a primeira parcela do dinheiro, pagar as contas e recuperar o crédito na “praça”.

“Vou pagar as contas com esse dinheiro. Tenho uma restrição de R$ 1,2 mil e com a primeira parcela do seguro-desemprego eu vou conseguir quitar”, disse Felipe Torales Figueiredo, 20.

Felipe faz parte do saldo negativo na construção civil, setor que se destacou nas demissões no ano passado. Há uma semana ele deixou o setor e espera encontrar uma nova oportunidade na área.

Ficar desempregado não está nos planos do consumidor que, sem dinheiro, não consegue cumprir com as dívidas que foram feitas. O atendente Jonhnatan Lima, 23, se viu nessa situação e foi obrigado a recorrer ao seguro-desemprego pela segunda vez. “A dívida que tenho hoje foi porque fiquei desempregado. Agora vou pagar com esse dinheiro”.

Há seis meses, Daiane Kelly da Silva Santos, 20, está com restrições. Com uma dívida de R$ 900, ela está desempregada e vai usar o seguro-desemprego para colocar as contas em dia. “Se eu não tivesse esse dinheiro do seguro, não poderia pagar essa dívida”, disse.

Conforme a pesquisa feita pela AICG, os inadimplentes possuem dívidas em diversos estabelecimentos.

O endividamento no município saltou de R$ 66,2 milhões em 2013 para R$ 103,72 milhões no ano passado.O número de pessoas endividadas também aumentou vertiginosamente. No ano passado, eram 119 mil endividados e em 2013 esse número era de 65 mil.

No ano passado, a quantidade de dívidas não pagas registradas também aumentou expressivamente, de 92 mil em dezembro de 2013, para 269 mil em dezembro de 2014.

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