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Economia

Dólar permanece em R$ 4 na fronteira, assusta clientes e esvazia lojas

Renata Volpe Haddad | 23/10/2015 15:53
Antes movimentada por consumidores, fronteira entre Brasil e Paraguai hoje recebe apenas moradores locais. (Foto: Léo Veras)
Antes movimentada por consumidores, fronteira entre Brasil e Paraguai hoje recebe apenas moradores locais. (Foto: Léo Veras)

As vendas em Pedro Juan Caballero caíram 60% nos últimos dois meses em comparação com o mesmo período do ano passado. O setor de turismo demitiu cerca de 20% dos funcionários devido ao baixo movimento na fronteira, já que o dólar por lá passa dos R$ 4 há semanas. Com este cenários, muitos atravessam a rua para comprar na cidade sul-mato-grossense de Ponta Porã.

De acordo com o diretor da Câmara de Comércio Lojista de Pedro Juan, Anderson Carpes, dependendo do setor, a redução no movimento pode ser ainda maior. "Comerciantes com lojas de informática amargam queda no movimento de até 80% e o fluxo de turistas caiu 70% em relação a 2014", explica.

Com o dólar a R$ 4, até mesmo lojas de sucesso entre os brasileiros, como o Shopping China, estão amargando dias de fraco movimento, demissões e baixas expectativas. A maior loja de importados da América Latina empreega cerca de 800 funcionários e muitos tem deixado o emprego de forma voluntária, na busca por melhores salários.

Carpes comenta que o poder aquisitivo dos consumidores está menor este ano e o dólar alto contribui para a atual situação. "Porém, temos uma notícia boa que o preço da matéria-prima caiu e a moeda chinesa também teve queda, e é na China que os produtos são feitos. Sendo assim, os novos estoques estão chegando com os preços mais barato em relação ao Brasil, mesmo com o dólar alto", alega.

Uma das lojas mais famosa da cidade, shopping China agora passa dias vazio. (Foto: Léo Veras)
Uma das lojas mais famosa da cidade, shopping China agora passa dias vazio. (Foto: Léo Veras)

Um exemplo que o diretor cita é o lançamento do Iphone. Em Pedro Juan, o celular está R$ 2,5 mil e no Brasil o aparelho é comercializado a mais de R$ 4 mil. "Nossa esperança é que as pessoas voltem a pesquisar e vejam que comprar aqui ainda é vantajoso", analisa.

Para o presidente da Câmara de Comércio Lojista de Pedro Juan, Pedro Bondiman, as lojas que não estão estabilizadas demitiram funcionários. "O problema é a instabilidade econômica, mas esperamos uma melhoria no movimento em dezembro e janeiro, Natal e Ano Novo", afirma.

Indústrias – O que tem movimentado a economia do município paraguaio são as universidades de medicina e as indústrias, atraídas pela baixa carga tributária do país. Dessa forma, funcioários do comércio têm deixado seus empregos em busca de saláris maiores.

De acordo com Anderson Carpes, da Câmara de Comércio Lojista de Pedro Juan, nos últimos 12 meses 22 empresas se instalaram em Pedro JuanCaballero"Os funcionários que saem do comércio, vão conseguindo emprego nesses outros setores. Sem contar que no último ano, sete faculdade de medicina se instalaram aqui e dos 6 mil alunos, 5,2 mil são brasileiros, isso dá um movimento melhor", explica.

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