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Economia

Dólar surpreende esperançosos e fecha em alta em dia do impeachment

Mariana Castelar | 12/05/2016 16:18
De acordo com a casa de câmbio, a possibilidade é que amanhã o dólar fique ainda mais caro dos R$3,70 de hoje (Foto: Divulgação)
De acordo com a casa de câmbio, a possibilidade é que amanhã o dólar fique ainda mais caro dos R$3,70 de hoje (Foto: Divulgação)

O impeachment da presidente Dilma Rouseeff (PT) parece não ser garantia para quem espera o dólar abaixar. Hoje, dia em que o Senado afastou a presidente por 180 dias do cargo, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,79%. Ontem, o dólar caiu 0,61%.

Para quem trabalha na área, as expectativas não são positivas. De acordo com a Parcam Câmbio, o dólar hoje é vendido por R$ 3,70, valor mais caro do que ontem, quando era possível encontrar por R$ 3,62. Diferente das previsões, a empresa afirma que a tendência é de alta nos próximos dias.

O  economista e presidente do Corecon-MS (Conselho Regional de Economia de MS) Thales de Souza Campos, explica que o dólar só irá estabilizar quando o país fizer o mesmo. A médio prazo, o economista acredita na possibilidade da estabilização da moeda, porém se o conflito político continuar, a tendência é de que a alta também continue.

“Se houver a estabilização, haverá um processo de entendimento dos investidores no Brasil por conta da diminuição dos riscos e o câmbio começará a cair”, detalha.

O economista acredita que neste período de afastamento da presidente, o país deve se estabilizar, as agências de risco vão começar a modificar as notas do Brasil para melhor e haverá um crescimento no país. Segundo ele, este momento, todos estão aguardando o que virá pela frente.

Consequência - Toda essa instabilidade é sinônimo de prejuízo para quem trabalha na área. O proprietário da empresa GMS Tour, Gustavo Maciel dos Santos, conta que a procura por viagens internacionais em 2014 comparado a 2015 caiu de 60% a 70%.

“Há dois anos, o Brasil foi o povo que mais consumiu nos Estados Unidos, passando até os asiáticos. De 2015 pra cá, estamos passando por uma crise e com tanta mudança, o perfil do brasileiro mudou de consumo para cultura, onde o custo é menor”, diz.

A expectativa, segundo Gustavo, era que o dólar baixasse com o afastamento da presidente. “Muitos deixaram de viajar, mas a procura ainda ocorre. A questão é que o dólar está subindo e a oscilação da economia ainda é grande, então as procuras estão menores”.

Apesar da instabilidade, o proprietário da agência de viagens, diz que cerca de 50% de seus clientes compram todo o dinheiro antes de viajar, e outra metade prefere comprar durante a viagem ou até mesmo pagar com cartão de crédito.

“Tudo está flutuantes, então há quem prefere arriscar. Já vimos casos que o dólar estava R$ 3,90 e vinte dias depois R$ 2,70. Além disso, o cartão há a bonificação de milhagens aos clientes”.

Sobre a troca de viagens internacionais pelas nacionais, ele diz que o Brasil não pensa no turismo para o brasileiro. “Quando os Estados Unidos viu que estava tendo uma defasagem de brasileiros no seu país, começou a baratear o preço das passagens. No Brasil, com a questão das Olimpíadas que será um mês antes que antecede as férias, está tudo absurdamente mais caro. Uma diária para uma pessoa em um hotel padrão no Rio de Janeiro que era R$ 390 foi para R$1.400 neste época”.

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