ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 27º

Economia

Donos de postos temem crise com aumento do combustível

Luciana Brazil e Mariana Lopes | 20/12/2012 13:28
Rudney ressalta que aumento só acontece em janeiro. (Fotos:Luciano Muta)
Rudney ressalta que aumento só acontece em janeiro. (Fotos:Luciano Muta)

Após anúncio do ministro da Fazenda Guido Mantega, confirmando na manhã de ontem (19) o aumento da gasolina em 2013, os postos de gasolina em Campo Grande temem crise no mercado, com a possível falta de combustível. Mesmo assim, garantem que por enquanto o preço ao consumidor continua sem reajuste.

O medo do racionamento é justificável diante dos fatos recentes no Estado. Em 2011, postos da bandeira BR tiveram dificuldade para manter cheios os tanques de gasolina em Mato Grosso do Sul.

Há alguns meses, outro problema também prejudicou o setor na Capital. Greve na rede ferroviária, usada pela Petrobras para a distribuição do combustível, fez os postos de Campo Grande enfrentarem racionamento.

O gerente do posto de combustível JJ (Petrobras), Edinaldo Félix, relembra que no final do ano passado o preço da gasolina aumentou e chegou a faltar combustível. "A minha preocupação é que isso ocorra novamente e os postos enfrentem outra crise".

Ele afirma que ainda não é possível saber de quanto será o reajuste, mas até agora o bolso do consumidor não sentirá diferença.

De acordo com o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul) a Petrobras já anunciava o aumento para 2013.

“Nessa época da entressafra do álcool é comum o aumento da gasolina, já que o álcool faz parte da composição da gasolina”, explicou o presidente do sindicato Marcos Alceu Villalba.

Segundo Villalba, a redução na produção do álcool vai até abril, quando geralmente os preços voltam a baixar, porém não para os consumidores.

O empresário Aguimar Geller, 47 anos, diz que o aumento interfere diretamente nos negócios dele e de toda economia. "Tenho uma empresa de turismo e com o aumento também vou ter que remexer os valores dos meus pacotes", explica.

Para o enfermeiro Cleiton Travassa, 36 anos, o aumento no preço da gasolina surge  como uma ameaça ao consumidor, já que se calculou a inlfação que ainda não chegou. "Não tem como mexer no preço da gasolina já calculando a inflação, isso é exorbitante".

Postos mantêm preço da gasolina, mas gerentes de postos estão apreensivos.
Postos mantêm preço da gasolina, mas gerentes de postos estão apreensivos.

No posto São Marcos o preço da gasolina continua estável, R$ 2,80. O gerente Rodney Dutra afirma que o aumento só acontece em janeiro. "Na compra do combustível feito hoje, a Petrobras manteve o valor da gasolina, então o posto mantém o preço".

Para o dirigente do sindicato, outra motivação para o aumento seria o fato de que Mantega não aprova a disparidade entre o preço da gasolina no país que é mais baixo em comparação com o mercado internacional. “Acredito que esse também seja um dos motivos para o aumento, mas o principal desencadeador do reajuste é a entressafra”.

Villalba garante que existe o mercado da livre concorrência e cada proprietário faz o rejauste que quiser.

O objetivo do Governo Federal era de proteger a economia brasileira dos reajustes no preço do petróleo no mercado internacional por meio da regulação dos preços dos combustíveis, mas especialistas garantem que o valor cobrado no país não pode ficar abaixo do praticado no exterior por muito tempo.

A ação do governo acaba prejudicando as finanças da Petrobras, que importa combustíveis por um preço maior do que a vende, e manda um sinal errado para a sociedade, segundo especialistas.

Em maio deste ano, o preço da gasolina e do diesel no mercado doméstico era de 15% a 20% inferior ao do mercado internacional. O último reajuste autorizado pelo governo foi em novembro de 2011.

Nos siga no Google Notícias