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Economia

Economista dá as dicas para administrar as "bombas de janeiro"

Luciana Brazil | 13/01/2014 10:52
Exemplo de organização, Tânia anota todos os gastos. (Foto:Marcos Ermínio)
Exemplo de organização, Tânia anota todos os gastos. (Foto:Marcos Ermínio)

Organizar as contas no início do ano pode não ser tarefa simples. Depois das festas de Natal e Reveillon as dívidas continuam e a fatura do cartão de crédito chega a assustar. Além dos gastos com o ano velho, é preciso arcar com as despesas novinhas, como IPVA, IPTU, matriculares escolares, entre outros custos.

O ideal, segundo economistas, é que as famílias se planejassem antes de começar as festas de fim de ano, período em que o consumo quase extrapola – ou excede de vez- o orçamento familiar.

“As pessoas gastam mais com alimentação, tem presente, tem IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores). São muitas contas”, disse o economista Hudson Garcia.

Guardar o 13° salário seria a principal forma de amenizar a “bomba” do mês de janeiro. “Se as pessoas pudessem guardar o 13° salário seria ótimo. Esse dinheiro poderia ser usado para as despesas e contas no início do ano”.

Para Hudson, o importante é manter a calma e poupar. “Agora é momento de economizar, restringir as despesas do lar, poupar para pagar as dívidas. Essa é a melhor maneira de colocar as contas em ordem”.

Economizar em coisas simples, como energia elétrica, restringir supérfluos é o caminho para a estabilidade.

Mas quando a situação aperta de todos os lados e a contas parecem não ter fim, alguns recursos podem ser, surpreendentemente, utilizados, como é o caso do empréstimo.

Mas o economista alerta para os cuidados de pedir crédito. “O empréstimo até pode ser feito, dependendo da situação da família”.

A aposentada garante que com organização é possível resolver as coisas com mais calma.
A aposentada garante que com organização é possível resolver as coisas com mais calma.

O que muitos podem ver com maus olhos, não chega a ser um vilão. Os empréstimos podem, sim, ser uma salvação se forem bem aplicados. “O grande vilão é o cartão de crédito e os juros do cheque especial. Para se livrar deles, em alguns casos, o empréstimo pode ser um bom negócio”.

Porém, o economista alerta para o principal detalhe: onde buscar o crédito. “Neste período as instituições começam a oferecer várias linhas de crédito. Mas, sendo realmente necessário, as pessoas devem buscar empréstimo consignados, onde as taxas de juros variam entre 1%, 1,5%, no máximo 2%.

Já nas instituições financeiras, os bancos, os juros ficam entre 2% e 5%. “Se o empréstimo é a solução, a pessoa precisa trocar a dívida cara por uma dívida barata”, explicou Hudson.

Vivendo muito longe da desordem econômica, aposentada Tânia Rezende, 54 anos, é um exemplo a ser seguido. Ela lista por ano, por semana e também por dia todas as despesas, os gastos e todas as contas que precisam pagar naquele dia.

“Anoto tudo que eu gasto. Se eu compro um chiclete anoto, se vou à padaria anoto tudo que comprei. Assim eu tenho controle do dinheiro”.

Mesmo com tanta organização, Tânia, passou por maus bocados. Depois de apostar em uma lanchonete, ela viu a vida financeira dar uma guinada. “No comércio a pessoa está sujeita a passar por isso”, lembra.

“Nós compramos o ponto achando que os clientes viriam juntos, mas isso não aconteceu. O ex-dono, de quem compramos o negócio, abriu um comércio na mesma quadra e os clientes foram com ele”, completou a história o marida de Tânia, Carlos Alberto, 52 anos.

Dois anos de tentando, o casal resolveu fechar a lanchonete. Mesmo sem filhos, a situação ficou bastante complicada. “Compramos a lanchonete à vista, mas tínhamos que pagar o quadro de funcionários”.

Mas se não fosse a organização de Tânia, o buraco poderia ter sido mais fundo. “Com certeza se eu não fosse organizada, teria sido pior”.

Hoje, o casal conseguiu se reerguer, dois anos depois do fim do comércio. “Quando você se organiza, você tem mais calma para resolver”, disse Tânia.

Corda Bamba- Do lado extremo, a família de Sônia Silva, 46 anos, vive na corda bamba. “Sabemos que a gente precisa ter mais controle, mas ainda não conseguimos. Acho que é relaxamento mesmo”.

Nas compras com cheque, muitas vezes o canhoto fica em branco. “Eu saio com minha filha, a gente compra alguma coisa e dias depois a gente não sabe que cheque nós demos”. IPTU e IPVA estão sempre atrasados, já com o material escolar dos filhos, de 18, 13 e 8 anos, ela segue as dicas do economista: pexinchar.

A desorganização é tanta, segundo ela, que Sônia recebe críticas dos filhos. "Meus filhos ficam bravos porque as vezes esqueço de pagar a luz", conta.

Com chegada do novo ano, ela até aproveitou para fazer algumas promessas. "Mas eu já disse que neste ano tudo será diferente. Vou mudar e não vamos mais passar aperto"

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