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Economia

Economistas defendem cautela e atenção à taxa de juros em 2016

Especialistas dão dicas de como comprar com segurança de manter o equilíbrio no orçamento doméstico no próximo ano

Caroline Maldonado | 03/12/2015 09:30
Evitar juros é o mais importante para manter equilíbrio no orçamento doméstico, segundo economistas (Foto: Cleber Gellio/Arquivo Campo Grande News)
Evitar juros é o mais importante para manter equilíbrio no orçamento doméstico, segundo economistas (Foto: Cleber Gellio/Arquivo Campo Grande News)

Quem vem planejando há tempos a compra da casa própria ou de um carro novo, fica em dúvida quanto ao momento certo de realizar os planos, principalmente quando ouve economistas falarem em instabilidade econômica e grandes dificuldades em 2016. No entanto, a vida não pode parar e falar em crise só priora as coisas, segundo especialistas que dão dicas de como comprar e investir.

Primeiramente, é preciso aceitar que o próximo ano será difícil, mas cada região tem suas peculiaridades e Mato Grosso do Sul não está entre os piores, na avaliação do economista Paulo Ponzini.

“Há uma conjunção de fatores não muito favoráveis para o país e ao Estado. Estamos enfrentando crise política, econômica e moral, mas isso não quer dizer que o Brasil vai parar, principalmente o Centro Oeste, que tem agronegócio, atraindo demandas do mundo todo”, comenta Paulo, ao lembrar o interesse da China por produtos brasileiros, como carne e soja.

Dicas - Apesar de ponderar que há segmentos que se mantêm aquecidos economicamente, o especialista diz que, em todo caso, a palavra para o próximo ano é cautela e o essencial é estabelecer uma única prioridade, se for o caso de entrar em juros, pois as taxas não devem recuar nos próximos meses.

“Na hora de comprar, tem que tomar cuidado e avaliar melhor o que pretende fazer. Tem que pensar duas vezes antes de sair comprando, mas se tiver realmente precisando, compre. Quem trabalhou 'que nem louco' o ano inteiro não vai deixar de comprar. Você merece viver, ser feliz, mas não compre quatro ou cinco coisas. Escolha a prioridade e se puder continuar juntando para comprar a vista é melhor”, pondera o economista Paulo Ponzini.

O assessor de investimentos Eliseu Nantes é mais radical quando fala no assunto. Para ele, há casos em que mesmo quem vem planejando uma grande aquisição há tempos deve repensar se 2016 vai ser o momento de comprar. “Se entrou recurso, a primeira coisa que deve ser feita é pagar o que contém maior juros, como cartão de crédito e cheque especial. O segundo passo é evitar qualquer tipo de negócio que envolva juros. Muita gente, sonha há 15 anos com a casa própria e agora iria comprar, na minha opinião é hora de esperar um pouco mais”, sugere Eliseu.

O assessor diz que o mesmo vale para aquisição de carros. “O risco de inadimplência aumentou muito e as concessionárias estão mais criteriosas”, comenta o assessor, quanto ao comportamento dos vendedores de automóveis nas negociações.

Para o assessor de investimentos Eliseu Nantes, 2016 não é ano para compras a prazo (Foto: Divulgação/Lifetime)
Para o assessor de investimentos Eliseu Nantes, 2016 não é ano para compras a prazo (Foto: Divulgação/Lifetime)

Investimento – Juros e inflação em alta não são o fim do mundo para todos, tampouco para quem tem o que investir, nem que seja um valor razoável. Para esses, o economista Paulo Ponzini sugere a poupança ou investimentos que não tenham imposto de renda. “Há muitos investimentos interessantes nesse momento, mas nem todas as pessoas têm acesso. Tem o LCI (Letras de Crédito Imobiliário), que remunera bem e não tem imposto de renda, além disso rende mais do que a poupança”, indica.

Segundo Ponzini, outro título de crédito mais acessível é o LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), também isento de imposto de renda. “O LCA pode ser adquirido a partir de R$ 30 mil e tem rendimento próximo de 1% ao mês, enquanto a poupança rende apenas 0,6% ou 0,7%. Com a poupança se perde, porque ela remunera abaixo da inflação. Se tudo correr bem e conseguirem corrigir a inflação, vamos ter um ano melhorzinho em 2018”, compara o economista.

O assessor de investimentos Eliseu Nantes, por sua vez, acredita que a economia deve voltar a ficar favorável a partir de 2017 e concorda que há quem ganhe com as taxas lá em cima.

“A taxa Selic está bastante alta e com base nisso, o mercado fornece inúmeras oportunidades em produtos financeiros. Dificilmente, a gente vai ver um cenário de boas oportunidades na história do Brasil como agora, para quem tem dinheiro para investir”, destaca o economista.

A melhor escolha para investimento depende muito do perfil do interessado, mas os títulos públicos merecem destaque, segundo Eliseu. “São melhores os títulos públicos atrelados a inflação, que paguem melhor do que a inflação. É interessante as pessoas procurarem uma assessoria. A gente aprendeu durante muitos anos, que o simples fato de chegar no banco e o gerente dizer o que é bom, não é o correto”, aconselha Eliseu, que ministra workshop hoje (26), as 19h, na Lifetime Investimentos, em Campo Grande. O evento, que tem entrada gratuita e debate como e onde investir em 2016, será na Rua 15 de novembro, nº 2.550.

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