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Economia

Em 24h, três operários sofrem acidente em canteiros de obras de Campo Grande

Paula Vitorino | 13/05/2011 15:39
Último acidente ocorreu hoje cedo em canteiro de obras no Carandá.
Último acidente ocorreu hoje cedo em canteiro de obras no Carandá.

Somente nesta manhã, dois acidentes de trabalho em obras de Campo Grande foram registrados, ambos envolveram quedas de mais de 4 metros de altura, com operários da construção civil.

Ontem, um servente de pedreiro ficou soterrado por cerca de 20 minutos quando fazia a escavação do sub-solo de uma obra de condominio residencial, no bairro Santa Fé.

Por volta das 11h desta sexta-feira, um pedreiro, que não foi identificado, caiu de um caminhão em uma construção no bairro São Bento. De acordo com os bombeiros, ele teve escoriações pelo corpo após cair de uma altura aproximada de 5 metros. Ele foi levado para a unidade de saúde do bairro Tiradentes.

Duas horas antes, por volta das 9h, o pedreiro Jucinei Ferreira de Melo, de 30 anos, teve ferimentos pelo corpo e foi socorrido pelos bombeiros com suspeita de fratura na região da bacia após cair de uma altura de 4 metros.

O acidente aconteceu em uma construção de sobrados no bairro Carandá. De acordo com o engenheiro civil responsável pela obra, Eduardo Carvalho, o pedreiro não estava usando o cinto de segurança no momento do acidente, escorregou e por isso caiu do prédio.

No entanto, o engenheiro garante que todos os equipamentos de segurança exigidos são fornecidos aos 60 trabalhadores do local, mas muitos se recusam a utilizar.

“É uma briga diária para que eles usem capacete, cinto de segurança e todos os outros equipamentos de segurança”, diz.

Ele ainda afirma que este é o segundo acidente de trabalho na obra provocado pela não utilização dos equipamentos. No outro incidente o funcionário teve ferimentos no pé.

Ontem, operário caiu de prédio em construção no bairro Santa Fé.
Ontem, operário caiu de prédio em construção no bairro Santa Fé.

Regra - Os órgãos responsáveis pela fiscalização das obras da construção civil são o CREA-MS (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), além do MTE/MS (Ministério do Trabalho e Emprego), a quem compete autuar e fiscalizar se as normas de segurança estão sendo cumpridas.

Mas o presidente do CREA, Jary de Carvalho e Castro, ressalta que a responsabilidade de exigir e garantir a segurança dos trabalhadores dentro do canteiro de obras é do engenheiro ou arquiteto responsável pela construção.

“É responsabilidade do engenheiro cuidar da integridade física do trabalhador. Se o funcionário não quiser usar os equipamentos, ele pode pedir o desligamento do empregado”, explica.

No entanto, Jary frisa que a resistência de alguns trabalhadores em não utilizar os equipamentos de segurança é uma questão cultural. “É freqüente encontrar um trabalhador na obra que não está usando os equipamentos, mas não importa se ele quer ou não, tem que usar. Isso é um problema cultural ainda”, diz.

Mas deixa claro que nem todos os acidentes são provocados por falha na segurança do trabalho, pois vários fatores podem causar o incidente.

O Ministério do Trabalho editou norma regulamentar que determina todas as medidas de segurança necessárias na construção civil. De acordo com o presidente, as construções são classificadas em cinco níveis de riscos de segurança, e de acordo com cada nível, são especificadas as exigências.

Ele garante que os custos para o construtor acabam sendo ainda maiores quando as normas de segurança não são cumpridas.

“Um acidente de trabalho tem um custo imensurável para a obra. O responsável tem que custear o tratamento da vítima, a obra fica paralisada e ainda tem o abalo emocional em todo o canteiro da obras. Então tem que verificar e manter todos os funcionários com os equipamentos necessários”, alerta.

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