Em processo de "extinção", lâmpadas "quentes" ainda são consumidas
A lâmpada incandescente já teve o fim decretado, mas alguns consumidores ainda preferem a chamada “lâmpada quente”. A extinção da lâmpada incandescente está prevista em portaria do Ministério de Minas e Energia, de dezembro de 2010, que estipulou o prazo de junho de 2012 a junho de 2016 para que ela deixe de ser fabricada e comercializada, gradualmente.
As lâmpadas de maior potência (de 75 a 150 watts) foram comercializadas até meados de 2013. Em junho deste ano, vence o prazo permitido para a fabricação das lâmpadas de 60 watts. Até junho de 2016 não deverá ser produzido nenhum tipo da lâmpada incandescente. A data limite para comercialização é de um ano seguinte da data de final de fabricação.
Mas no comércio, o consumidor ainda resite. É o que garante a proprietária de um mercado no bairro Tiradentes, Francielly Quintana. Com cerca de 30 unidades no estoque, a proprietária conta que já está alertando os clientes de que em breve só haverá lâmpadas fluorescentes a venda. “Algumas pessoas não querem lâmpada fria, porque é bem mais cara, mas eles sabem que também é mais econômica”, afirma a proprietária.
No mercado de Francielly, a incandescente de 60 watts é vendida por R$ 2,20, enquanto a fluorescente, que equivale a mesma potência custa R$ 9,99. Na opinião da proprietária, a diferença de R$ 7,79 e um tanto de acomodação é o que leva os consumidores a optar pela incandescente.
Na varanda da casa do vendedor Rodrigo Aquino, de longe se vê a “lâmpada quente”. Ele conta que ela só está ali porque não tem muito consumo na residência, então ele não se preocupa com os gastos. “Eu sei que a outra é melhor, mas como eu estava com pressa e não havia da outra pra vender no mercado eu comprei a incandescente. Agora está aí de 'quebra galho'”, conta o vendedor que pretende escolher outro modelo na próxima compra.
Por outro lado, quem tem família grande aderiu logo ao modelo mais recente. Na casa da cabeleireira Fernanda Kelly Valdez a troca aconteceu aos poucos, mas o resultado na conta de luz foi surpreendente. “Quando todas as lâmpadas da casa foram trocadas eu senti uma diferença grande na conta, porque eu tenho crianças e consome muito. De R$ 130 eu passei a pagar cerca de R$ 75”, contou a cabeleireira. Em frente ao estabelecimento ainda há uma lampada incandescente, mas Fernanda garante que foi o tio que colocou ali. “Eu nem tinha percebido, ele colocou aí, porque tinha um 'estoque de lâmpadas antigas'”, conta.
Para incentivar o uso da lâmpada fluorescente, a Enersul tem o projeto “ABC da Energia”, que capacita coordenadores pedagógicos, a fim de alcançar professores, pais e alunos na conscientização da forma mais econômica de utilizar a energia.
O Programa de Eficiência Energética da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) também realiza ações de estímulo ao uso da lâmpada fluorescente, em parceria com as concessionarias de energia.