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Economia

Empresários que antes revelavam fotos hoje agradecem à tecnologia

Mariana Rodrigues | 20/09/2015 11:15
As lojas de fotografias começaram a implantar brindes para atrair os clientes e não perder as vendas. (Foto: Vanessa Tamires)
As lojas de fotografias começaram a implantar brindes para atrair os clientes e não perder as vendas. (Foto: Vanessa Tamires)

Ir na loja, comprar um filme em rolo, colocar na câmera analógica, tirar fotos com cuidado, economizar nas poses, tirar o filme, levar à loja, deixar para revelar, buscar depois de dias e só então ver o resultado. Em tempos de celular com câmera, WhatsApp e Instagram, quem ainda consegue imaginar ter que fazer todo esse processo para ver sua foto? E as empresas que prestavam esse serviço? São muitas as perguntas de um passado nem tão distante.

A chegada da tecnologia trouxe também muitas facilidades para o dia a dia, no caso do comércio agregou a facilidade dos cartões de crédito e débito. A famosa foto 3x4 hoje não precisa ser revelada com espera de uma hora, hoje se usa uma câmera digital e no computador a foto é recortada e adequada ao tamanho exigido. O processo, demora menos de 20 minutos.

Os empresários confessam que sofreram com a chegada da tecnologia e o fim dos filmes de rolos, mas muitas sobrevivem até hoje. Para isso foi necessário mudar o foco para chamar a atenção do cliente e agregar novos serviços para obter lucros.

É o caso de Horácio Pereira do Vale, proprietário da Center Foto, localizada na rua Sete de Setembro, há 30 anos no comércio, ele presenciou a transição dos rolos de filmes para as fotos digitais. Questionado sobre a mudança, ele comemora e afirma que ficou muito melhor, claro que ele teve que colocar serviços extras na loja, como xerox, brindes e as fotos para documento que antigamente não tinha.

"As vendas aumentaram em cerca de 40%. Hoje as pessoas procuram revelar mais as fotos digitais pois não confiam em deixar salvas em pendrives ou nos computadores pois pode pegar vírus e a pessoa perde tudo, o papel fotográfico não pega vírus, não existe mídia segura", afirma.

Ele explica que antigamente era preciso entrar pelo menos três pessoas a cada uma hora na loja com dois filmes em mãos para se fazer, pelo menos, mil revelações por dia, e atualmente, só uma pessoa entra com essa quantidade de fotos para serem reveladas. "A revelação aumenta cada dia, mas também notamos a procura por álbuns de fotografia, quadros e fotos para documentos", comenta.

Horácio Pereira do Vale, proprietário da Center comemora e afirma que ficou muito melhor. (Foto: Vanessa Tamires)
Horácio Pereira do Vale, proprietário da Center comemora e afirma que ficou muito melhor. (Foto: Vanessa Tamires)
Nilson Carvalho, da Color Zoom, comemora as vendas. (Foto: Vanessa Tamires)
Nilson Carvalho, da Color Zoom, comemora as vendas. (Foto: Vanessa Tamires)

Outro que comemora as vendas é Nilson Carvalho, da Color Zoom, localizada na rua 15 de Novembro. A loja possui 25 anos, e Nilson conta que no começo as vendas chegaram a cair, mas depois com a qualidade melhor, o número de fotos aumentou, e com medo de perder os registros, as pessoas acabam revelando. A revelação de fotos em tamanho normal depende da quantidade de fotos que cada cliente levar, mas varia de R$ 0,59 a R$ 1,63.

Trazendo a cultura de São Paulo para cá, ele agregou ao local a ótica, onde é possível encontrar óculos de solares e de grau e atender aos dois públicos. "As óticas cresceram e também é uma forma de chamar o cliente para dentro da loja, já que parcelamos os óculos em até dez vezes", afirma ele.

Ele conta que as revelações de fotos aumentaram, pois o número de clicks hoje é ilimitado. "Em um casamento, por exemplo, o fotógrafo precisava levar uns 10 filmes por casamento, hoje aumentou em até seis vezes o número de fotos tiradas nesses eventos", conta.

Além da qualidade das fotos, as facilidades atualmente são maiores. (Foto: Vanessa Tamires)
Além da qualidade das fotos, as facilidades atualmente são maiores. (Foto: Vanessa Tamires)

Na Clan Color, localizada na rua 14 de Julho, a gerente Laura Cristina acredita que a chegada da era digital abriu um leque de novas possibilidades. Na loja, a revelação de fotos é o carro chefe, mas há outros serviços como foto presentes, brindes personalizados, fotos para documentos e filmes fotográficos, pois ainda há pessoas que procuram filmes para máquinas analógicas e também trouxe para dentro da loja a ótica. "Hoje nós revelamos cerca de 30 mil fotos por mês, tem clientes que revelam de 500 a 3 mil fotos de uma vez, percebemos que aumentou muito as revelações", afirma.

Além da qualidade, ela comenta que as facilidades também são maiores. "Antes a pessoa ia tirar fotos para documento e tinha que esperar para ficar pronta, hoje sai na hora, além disso podemos editar a foto para que ela fique ao gosto do cliente, ou seja, as pessoas não precisam mais reclamar que a foto do documento ficou feia".

Implantar ótica foi uma opção que veio de São Paulo. (Foto: Vanessa Tamires)
Implantar ótica foi uma opção que veio de São Paulo. (Foto: Vanessa Tamires)

Empreendedorismo- Segundo a analista técnica do Sebrae, Lucielli Gomes, o modelo de negócio do empresário não pode ficar estático, ele precisa se reinventar , principalmente com a chegada de novas tecnologias, mas é preciso avaliar como o cliente reagir com essa mudança. "A inciativa desses empresários do ramo de fotografia é legal, hoje é preciso ter noção do modelo de negócio, mas não pode ficar amarrado só à ele. A partir do momento que tem essa ameaça da tecnologia, é preciso analisar as oportunidades, e foi o que esses empresários fizeram", diz.

Ela argumenta ainda que é importante o empresário sempre que possível estar em seu estabelecimento comercial e criar mecanismos para se aproximar dos seus funcionários e clientes. O Sebrae oferece consultoria, atendimento com especislista treinamento e palestras para empresários interessados em reinventar o próprio negócio.

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