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Economia

Empréstimos de lojas com juros de até 15% são armadilha em tempo de crise

Liana Feitosa | 01/03/2016 10:23

Em tempos de , instabilidade econômica, aumento nos preços de produtos e serviços de todos os setores e salários reajustados sem ganho real sobre a inflação, há quem opte por empréstimos em lojas de departamento para sair do vermelho. No entanto, com juros que chegam a 15.90% ao mês, essa alternativa é uma verdadeira cilada que pode acabar de vez com a saúde financeira do consumidor.

O alerta é do economista da Valores Consultoria Econômica Tiago Queiroz, especialista em Administração Financeira. "Essas empresas não têm garantia nenhuma de que o consumidor vai pagar o empréstimo, por isso, o juros é muito alto", contextualiza Queiroz.

Dificuldades - "Estamos vivendo em momento de crise. Ou seja, os juros vão continuar aumentando porque vai ser necessário remunerar melhor os investires. Para chamar a atenção de investidores no Brasil, terá que aumentar juros. Ninguém vai querer investir no País se não tiver um juros especulatório", detalha.

O economista explica que a tendência é que a taxa de juros Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) continue subindo, devido ao atual cenário econômico. Esse índice baseia o valor das taxas de juros cobradas pelos bancos no Brasil.

"Se a taxa Selic sobe, todo mundo sobe também. Essas lojas de departamentos não ficam de fora", completa.

O Campo Grande News entrou em contato com três marcas para saber quais são as condições desses empréstimos. Em sua maioria, as lojas oferecem empréstimo de até R$ 5 mil, o valor varia de acordo com análise dos dados do cliente feita na hora.

Em alguns casos, se o empréstimo liberado for de até R$ 3 mil, o consumidor pode sacar o valor no próprio estabelecimento. A aparente facilidade se estende ao fato de que o montante pode ser pago em até 12 vezes. No entanto, para isso, será cobrado juros mensal de 7% a 15.90%.

Por exemplo, um empréstimo de R$ 3 mil, dividido em 12 meses, se transformará em uma conta de R$ 3.450, caso o juros seja de 15%.

Cuidado - "Esse não é um bom momento para fazer empréstimos, principalmente empréstimos como esses, com juros tão altos. Poupar é sempre o melhor, mas, em tempos de crise, poupar é uma necessidade", afirma o economista.

"Os preços estão aumentando, tem inflação, tem aumento da taxa de juros e os reajustes de salários não estão em conformidade com inflação, por isso, não tem existido ganho real nas remunerações. Hoje nós vivemos um momento em que, se não fizermos reservas, certamente teremos problemas", avalia.

Segundo o economista, nos últimos meses as pessoas têm deixado de guardar dinheiro, o que não é um bom caminho, na visão dele. "A poupança não é a alternativa que mais rende ganhos, ela é pra quem está iniciando, mas é uma maneira simples, segura e eficaz de se preservar financeiramente. Na verdade, o que importa não é como a pessoa guarda o dinheiro. Pode ser no colchão, no cofre, no banco, mas o importante mesmo é não deixar de guardar", conclui.

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