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Economia

Entre a novidade e a decadência, quadrilátero é retrato do comércio

Renata Volpe Haddad | 25/09/2016 09:09
Shopping recém inaugurado em região de comércio popular. (Foto: Fernando Antunes)
Shopping recém inaugurado em região de comércio popular. (Foto: Fernando Antunes)
Lojas fecham as portas devido ao fraco movimento. (Foto: Fernando Antunes)
Lojas fecham as portas devido ao fraco movimento. (Foto: Fernando Antunes)

Um quadrilátero da avenida Afonso Pena é o retrato do comércio campo-grandense. De um lado, Mercado Municipal, Camelódromo e Shopping Estação. Do outro, seis lojas fechadas e outras tantas a beira da falência.

O comércio de Campo Grande se transformou em contrastes nos últimos anos. São dezenas de lojas na região central com as portas fechadas e outras muitas onde os donos resistem ao fechamento, "vendendo o almoço pra comer a janta". É fato que a cidade precisa de melhorias, de projetos que saiam do papel e transformem a vida de quem sempre viveu da comercialização de produtos no Centro da Capital.

É o que alega Walter Inácio da Silva, que tem há 30 anos a loja Ciclo Real, na Calógeras, a poucos metros da Afonso Pena. Ele conta que nos últimos dois anos viu o movimento cair e afirma que a rua precisa de melhorias para atrair os consumidores. "A Calógeras tem vários terrenos baldios, precisa ser revitalizada porque a população sumiu daqui. Em uma quadra tem seis lojas fechadas e os poucos comerciantes que ainda abrem as portas é porque não querem desistir", alega.

Questionado se o movimento pode melhorar com a inauguração do Shopping Estação, Silva alega que precisa esperar, para ver. "O comércio se expandiu muito, muitas lojas foram abrindo em outras regiões e até bairros. Algo precisa ser feito para atrair os consumidores para cá, pois se continuar assim, o comércio da Calógeras não vai resistir".

Depois que removeram o ponto de ônibus que ficava em frente a loja de música, Betel Center, o movimento caiu bastante, segundo a proprietária da Pingo de Gente, Giovana Rossigol. "Estou há 13 anos aqui e nos últimos dois, depois que tiraram o ponto de ônibus da avenida, o movimento caiu de vez", alega.

Segundo ela, o fluxo era ainda maior quando tinha a farmácia São Bento na esquina da Afonso Pena com a Calógeras e o cartório. "São raras as pessoas que passam por aqui. Acho que essa quadra ainda sobrevive por causa da Betel, que é uma loja grande, se ela sair daqui, não tenho ideia de como vamos ficar".

Novidade - Mas enquanto muitas lojas fecham, outras abrem em shoppings cada vez mais bonitos e com opções de produtos e serviços aos clientes. Tais empreendimentos também passam pela crise, é claro, mas não se compara a decadência vista em ruas como Calógeras e Dom Aquino. O quadrilatero da avenida Afonso Pena é o retrato dessa situação.

Exemplo disso é a loja de cosmético Primícia, que está há oito anos na esquina da Afonso Pena, próximo ao Camelódromo. A dona, Elma Nunes Pereira, relata que por causa da crise, houve queda nas vendas, mas a situação melhorou depois que a Giga se instalou na avenida e deve melhorar ainda mais com a inauguração no início deste mês, do Shopping Estação.

"Além da crise econômica que interferiu nas vendas, as placas antigas das lojas que eram maiores, atraíam os consumidores. Estava com cinco funcionárias, precisei demitir duas para cortar gastos. Só que com a Giga ao lado do camelô, o movimento melhorou, porque eles vendem coisas baratas e é isso que os consumidores querem", informa.

Quem também comemora a melhoria no movimento depois que a Giga foi para a região, é a funcionária da loja de roupa infantil, Taynara da Cunha Costa. Ela conta que os donos montaram o comércio há quatro meses e quem passa por ali, geralmente são pessoas que vão até a Giga. "O movimento aqui do lado do shopping é bem maior e como a Giga vende produtos baratos, atrai mais os consumidores".

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