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Economia

Especialistas debatem como manter economia com turismo além das compras

Renata Volpe Haddad e Paula Maciulevicius | 19/11/2016 16:03
Para o presidente da Abav, Ney Gonçalves, o turismo é dinâmico e um país precisa de suporte para atender a demanda de pessoas. (Foto: Assessoria de Imprensa)
Para o presidente da Abav, Ney Gonçalves, o turismo é dinâmico e um país precisa de suporte para atender a demanda de pessoas. (Foto: Assessoria de Imprensa)

No segundo dia do Seminário de Turismo Brasil-Paraguai que está sendo realizado na fronteira de Mato Grosso do Sul, neste sábado (19) especialistas no assunto deram palestras para empresários mostrando como manter a economia com turismo além das compras.

Pesquisas mostrando o que a fronteira oferece em turismo, foram exemplificados e ficou provado que é possível sim, manter a economia das cidades sem depender apenas das vendas e do dólar.

Para isso, é preciso que o turismo passe por uma estruturação, sendo necessário investir em infraestrutura para atender a demanda e traçar alternativas junto ao ecoturismo e aventura para fugir da dependência do dólar.

Quem explica melhor, é a turismóloga e mestre em desenvolvimento regional, Lis Batista. Ela foi uma das palestrantes na manhã de hoje e afirmou que o primeiro de tudo, é fazer com que os próprios moradores, conheçam o que as cidades têm de melhor. "É difícil vender, gostar ou amar o que não conhece. E essa é a realidade da comunidade local, que não conhece a história, nem os atrativos turísticos que podem desenvolver o turismo de forma mais eficiente".

Lis Batista palestrou pela manhã e afirmou que a comunidade local não conhece o turismo da região. (Foto: Assessoria de Imprensa)
Lis Batista palestrou pela manhã e afirmou que a comunidade local não conhece o turismo da região. (Foto: Assessoria de Imprensa)

Para que essa realidade mude, Lis explica que é preciso um trabalho que desperte a consciência da comunidade local, começando nas escolas. "E isso vai passar para os adultos, despertar para que as pessoas falem bem de onde moram, porque a fronteira está relacionada com a violência. A forma que se vende o local precisa mudar", alega.

Lis desenvolveu uma pesquisa dentro do programa de pós-graduação na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e descobriu histórias riquíssimas, como exemplo, que há dois pontos histórico cultural, com duas versões da história da Guerra do Paraguai.

"É uma parte fundamental da história das cidades e a cultura é riquíssima pela mistura de povos, há uma região no Paraguai com ecoturismo maravilhoso, como o arvorismo, inscrições rupestres, trilhas, rapel. Além disso, tem turismo de evento, como Motorcycle que recebe turista do mundo inteiro. Precisamos direcionar para as pessoas aproveitaram essa gama. Aqui não é só turismo de compra, pois, quando se depende apenas disso, a economia fica suscetível a sazonalidade da moeda americana".

Conforme o vice-presidente de turismo especializado da Abav Nacional (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Ney Gonçalves, o turismo é dinâmico e um país precisa de suporte para atender a demanda de pessoas.

"Existe sim turismo e ecoturismo para se aproveitar aqui, mas precisamos de um produto pronto que ainda não tem. Só posso vender para o cliente um produto pronto e aqui falta infraestrutura, atendimento".

Para o empresário e sócio proprietário hotel Herval, Anderson Bordão, Pedro Juan Caballero e Ponta Porã têm muito potencial. "A grande necessidade atual é fugir da dependência do dólar, porque é um mercado instável".

O seminário que está sendo realizado na fronteira, mostra que essa questão está evoluindo. "É preciso ter continuidade nessas ações e também os empresários precisam mudar a mentalidade, através de dados e informações. Eu instruo meus funcionários a mostrar aos turistas o que a cidade tem de melhor em pontos turísticos".

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