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Economia

Etanol recupera vantagem em relação a gasolina e vendas disparam em MS

Aline dos Santos | 09/08/2013 11:00
Litro do etanol é encontrado por até R$ 1,97 em posto na saída para Três Lagoas. (Foto: Marcos Ermínio)
Litro do etanol é encontrado por até R$ 1,97 em posto na saída para Três Lagoas. (Foto: Marcos Ermínio)

O preço do etanol começa a se mostrar competitivo em relação à gasolina em Campo Grande. De acordo com a última pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio do etanol era R$ 2,01, enquanto o da gasolina chegava a R$ 2,89.

No comparativo entre os combustíveis, o percentual é de 69%, portanto abaixo de 70%, linha divisória , cujo valor abaixo aponta vantagem para abastecer com etanol e acima aponta para optar pela gasolina. Para fazer a conta, basta dividir o preço do litro do etanol pelo litro da gasolina.

No posto Igomar Locatelli, na saída para Três Lagoas, há cinco dias o preço do álcool caiu para R$ 1,97. De acordo com o gerente Marco Antônio Detumin, a redução foi gradativa. “Era R$ 1,99, depois baixou para R$ 1,98”, afirma.

A mudança nos preços levou ao aumento das vendas do etanol em 3%. Por enquanto, não há previsão de nova queda no valor do litro do álcool. No posto, de bandeira BR, a gasolina comum é vendida a R$ 2,87.

No entanto, levantamento da ANP, mostra crescimento de 50% nas vendas do etanol em Mato Grosso do Sul neste ano em relação ao ano passado. Em junho, os postos comercializaram 9,3 milhões de litros do produto, contra 6,2 milhões de litros no mesmo período do ano passado. É o primeiro crescimento em quatro anos após as vendas do produto bater recorde em 2009, quando foram vendidos 207,9 milhões de litros em MS.

Preços menoresNa outra ponta, os consumidores ainda esperam por mais redução. A enfermeira Anabela Araújo Batista, 55 anos, conta que comprou um carro flex há dois anos para ter mais opção, contudo, acaba “refém” da gasolina diante do custo/benefício.

“Nunca abasteci com álcool”, relata, ao reclamar que o consumidor acaba sem direito à escolha. Ela questiona o fato de o Brasil ter uma grande safra de cana-de-açúcar e o etanol ter custo alto. “Acho um absurdo, não dá para entender”, diz.

O médico-veterinário Téo Araújo Pereira dos Reis, 30 anos, conta que faz os cálculos, mas, por enquanto, ainda opta pela gasolina. “Para mim, está compensando mais”, afirma. No posto dos Poderes, localizado no Parque dos Poderes, a diferença entre os combustíveis é de 69,21%. O litro do etanol custa R$ 1,99 e o da gasolina, R$ 2,88.

Supervisor técnico do Sinpetro/MS ( Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes) , Edson Lazaroto afirma que o preço nas bombas começa a refletir os incentivos que o governo federal destinou ao setor alcooleiro no fim de maio deste ano.

Téo faz as contas, mas ainda prefere gasolina. (Foto: Marcos Ermínio)
Téo faz as contas, mas ainda prefere gasolina. (Foto: Marcos Ermínio)

Porém, não é possível dimensionar se o pacote de bondades vai permitir o prosseguimento da redução tão esperada pelos consumidores. “O posto de combustível é o último elo da cadeia”, salienta.

O incentivo veio em forma de desoneração de PIS/Cofins (Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e empréstimo com maior prazo de carência.

“A gasolina é subsidiada pela Petrobras, que não repassa o aumento, e o etanol não tinha competitividade”, explica o supervisor.

De acordo com o presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia), Roberto Hollanda Filho, o Estado não corre risco de apagão no setor de etanol. “As usinas de Mato Grosso do Sul produziram o dobro do consumo de álcool nesta safra. Não tem risco nenhum de desabastecimento”, afirma. A produção foi de 2 bilhões de litros de etanol, enquanto o consumo chega a 300 milhões de litros.

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