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Economia

Financeiras pedem socorro após rompimento de contratos

Redação | 05/03/2009 11:12

A decisão da prefeitura de Campo Grande de limitar a apenas três bancos a concessão de crédito consignado fez as empresas do ramo, que proliferaram em Campo Grande, saltarem alto.

Hoje pela manhã, a Associação dos Correspondentes Bancários de Mato Grosso do Sul esteve reunida com o secretário de Administração, Jorge Martins. "Queremos reverter isso porque as empresas estão quebrando", reclama o presidente da entidade, Paulo Roberto Gomes.

Desde novembro, todas as empresas que atuavam na Capital foram descredenciadas, com exceção do HSBC, Caixa Econômica Federal e Banco Rural.

Nos cálculos da associação, mensalmente só a prefeitura da Capital repassa R$ 3 milhões às operadoras de crédito, 1% da folha de pagamento dos servidores públicos que fica em torno de R$ 31 milhões, entre funcionários da ativa, aposentados e pensionistas.

O secretário Jorge Martins diz que a medida foi tomada diante da enxurrada de pedidos de credenciamentos diários de empresas interessadas em fazer a consignação. "Todo dia chega entidade para credenciamento. Temos que criar regras", reclama.

Mas a principal preocupação é com o nível de endividamento dos servidores. "A pedido do próprio prefeito, fazemos um estudo para verificar a realidade do endividamento entre os funcionários. Até que esse levantamento seja concluído, nada vai mudar", reforçou o secretário.

O empresário Marcos Oliveira, dono da Gresp Créd garante que a empresa atendia 1,2 mil servidores municipais, mas com a suspensão do credenciamento e perda dos clientes, teve de demitir os funcionários. Ele diz que mais de 120 corretores deixaram de fazer a intermediação entre prefeitura e empresas.

"A prefeitura tem o direito de encerrar o contrato, mas tem que ver que essa decisão vai na contra-mão do que o governo federal vem fazendo. O governo vem promovendo incentivos para tentar evitar desempregos. Além da crise mundial a empresa tem que enfrentar essa crise interna por conta do fim dos contratos", adverte.

A prefeitura era a segunda maior fonte de contratos, superada apenas pelos servidores estaduais.

O presidente da associação também usa como argumento possível queda no recolhimento de ISS (Imposto sobre Serviços). "Em época de crise, como desempregam aqui e reduzem a arrecadação?", questiona.

O secretário ficou de fazer um levantamento para verificar até que ponto houve prejuízo à arrecadação de ISS com a suspensão dos contratos.

Segundo Paulo, também não é plausível a justificativa de preocupação com o endividamento porque a prefeitura já fixou em no máximo 2% a taxa de juros a ser cobrada em Campo Grande. "Aqui a taxa fica entre 1,7% e 2%".

O setor aceita o descredenciamento de bancos sem representatibilidade, mas defende que seja garantida ao servidor ampla concorrência no mercado.

O presidente da associação, que congrega cerca de 40 empresas de crédito, ainda tentou agendar uma reunião para tentar sensibilizar o prefeito Nelsinho Trad (PMDB), "mas a informação é que não será possível encontro ainda em março. Estamos preocupados, porque cada dia que passa são mais empresas fechando e gente demitida", informou

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