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Economia

Indústria precisa de 8,6 mil operários para manter "crescimento chinês"

Edivaldo Bitencourt e Lidiane Kober | 27/01/2014 14:41
Falta de qualificação é um desafio para a indústria contratar novos operários (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
Falta de qualificação é um desafio para a indústria contratar novos operários (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)

A indústria sul-mato-grossense se modernizou nos últimos anos e sofre com a falta de mão de obra qualificada para manter o ritmo de crescimento no Estado. No ano passado, o setor cresceu a ritmo chinês, com dois dígitos, mas a falta de operários preparados para tocar as moderníssimas máquinas é o principal gargalo.

Segundo levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a indústria de Mato Grosso do Sul precisa 8.682 trabalhadores em 2014 e 2015. São 4,3 mil operários que precisam ser qualificados por ano.

A maior parte, 58,7% (5,1 mil) são vagas na indústria de alimentos e bebidas (1,5 mil por ano), construção civil (757) e sucroenergético (297). A demanda de Mato Grosso do Sul é a terceira maior do Centro-Oeste, atrás de Goiás (21,9 mil) e do Mato Grosso (14,1 mil). No Brasil, em dois anos, o setor precisa de 1,1 milhão de novos operários.

“A dificuldade é real, a gente percebe no dia-a-dia e o empresário reclama que falta profissional com formação”, conta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Campo Grande, Rinaldo Salomão.

Só no ramo de alimentação, conforme o sindicalista, faltam operadores das máquinas moderníssimas. “As pessoas têm dificuldades de se adaptar à evolução, à informatização”, admite Salomão. Ele contou que muitos não tem interesse em se qualificar.

O mesmo problema ocorre nas usinas, onde moderníssimas máquinas realizam a colheita da cana-de-açúcar. Ele defende a realização de parcerias entre o poder público e o privado para qualificar trabalhadores para atender a demanda da indústria.

Só a falta de operários pode frear o crescimento a ritmo chinês do setor, que teve aumento de 17% no ano passado, segundo a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul). O presidente da entidade, Sérgio Longen, prevê crescimento mais modesto neste ano, de 12%, mas bem acima da média nacional e ainda em nível considerado expressivo.

Para auxiliar nesta meta, o Senai (Serviço Nacional da Indústria) planeja oferecer cursos para 80 mil pessoas . “Nossa intenção, como entidade de formação profissional voltada para a indústria, é atender a demanda do setor em Mato Grosso do Sul por mão de obra qualificada”, pontuou o diretor-regional do Senai, Jesner Escandolhero. Ele acrescenta que esse esforço vai ao encontro das necessidades das indústrias instaladas no Estado, que ressentem da falta de mão de obra qualificada para ampliar sua produção.

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