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Economia

Juros do cartão de crédito e cheque especial aumentam pela 8º vez no ano

Mesmo com juros a 13,37%, população da Capital continua preferindo utilizar o cartão de crédito

Renata Volpe Haddad | 24/09/2015 16:12
População campo-grandense prefere utilizar cartão de crédito, mesmo sabendo dos juros altos. (Foto: Arquivo)
População campo-grandense prefere utilizar cartão de crédito, mesmo sabendo dos juros altos. (Foto: Arquivo)

As taxas de juros das operações de crédito aumentaram novamente em agosto. Para o cartão de crédito, houve elevação de 2,61%, passando de 13,03% em julho, para 13,37% no mês passado, representando acumulo no ano de 350,79%. A taxa é a maior desde março de 1999, segundo a Pesquisa de Juros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade)

Houve elevação também nos juros do cheque especial de 0,48%, passando a taxa de 10,10% ao mês em julho deste ano, para 10,14% ao mês em agosto, o que representa no acumulado do ano, variação de 218,67%. Desde 2003, essa é a maior taxa de juros no cheque especial.

Conforme a Anefac, as elevações são a 8º no ano e 11º consecutiva. Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas tiveram as taxas de juros elevadas no mês, sendo juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC bancos, financiamento de veículos, empréstimo pessoal bancos e empréstimo pessoal-financeiras.

Controle de finanças - De acordo com o economista Sérgio Bastos, trabalhar as finanças de uma maneira planejada é a melhor maneira de equilibrar as despesas. "Comparar o recebimento do salário e verificar a quantidade de dívidas no mês, é um equilíbrio nas contas. Porém, caso a pessoa saiba que não pode quitar todas as dívidas, o aconselhável é renegociar as parcelas", comenta.

O economista explica que quem tem conta a longo prazo, a melhor maneira é renegociar com o credor e não fazer empréstimo. "O empréstimo vai ajudar a quitar àquela dívida no momento, porém, a pessoa vai ter outra parcela para pagar, que é a do dinheiro emprestado", alega.

Outro fator é a falsa sensação do uso do cartão de crédito. Bastos analisa que muita gente acha que por comprar e pagar depois de 30 dias é uma vantagem. "Mas não é. Os juros do cartão são altos. E algumas vezes, as pessoas pagam o mínimo, que corresponde a 15% da fatura total. Se os juros estão próximo de 15%, o consumidor não pagou nada, gerando juros maiores. O ideal é pagar sempre à vista", avalia.

Sabendo dos juros altos, Lucenir comenta que não deixa de usar cartão de crédito. (Foto: Sillas Lima)
Sabendo dos juros altos, Lucenir comenta que não deixa de usar cartão de crédito. (Foto: Sillas Lima)
Elza conta que por ter pago o mínimo da fatura, valor veio quase R$ 600 a mais. (Foto: Sillas Lima)
Elza conta que por ter pago o mínimo da fatura, valor veio quase R$ 600 a mais. (Foto: Sillas Lima)

Consumidores – A população de Campo Grande tem evitado usar cheque especial pela falta de praticidade. Conforme a vendedora Elza Gomes, 40, o uso do cartão de crédito é mais fácil e prático. "O cartão é pequeno, dá para colocar no bolso. Nunca usei cheque porque muitas lojas não aceitam essa forma de pagamento", afirma.

Ainda conforme a vendedora, ela pagou apenas uma vez o mínimo da fatura. "Consegui quitar o pagamento em cinco meses só pagando os juros. O valor total era R$ 500 e terminei pagando R$ 1,2 mil de juros", avalia.

A auxiliar Lucenir dos Santos, 45, conta que prefere usar o cartão de crédito e mesmo sabendo dos juros altos, não abre mão da forma de pagamento. "Quando você utiliza o cartão certinho, paga a fatura em dia, não tem juros. Eu prefiro usar o cartão de crédito do que cheque", comenta.

Segundo o aposentado Elídio Gonçalves, 72, não há forma melhor de comprar a não ser no dinheiro. "Mesmo pagando a vista, já tem imposto sobre o produto que compra, imagina comprando no cartão de crédito. Eu já usei muito cheque, mas deixei de lado porque não é em todo lugar que aceita", analisa.

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