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Economia

Lula quer contrapartida de beneficiados pelo FAT e FGTS

Redação | 13/01/2009 14:47

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou hoje (13) que o governo estuda adotar medidas para que as empresas que tomarem financiamentos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) dêem contrapartidas sociais, como a manutenção dos empregos. As que não cumprirem essa exigência podem ser vetadas em novos empréstimos.

Ao comentar os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou redução de 0,6% no nível de emprego na indústria em novembro de 2008, o ministro ressaltou a importância de as empresas darem garantias de contrapartidas pela utilização de recursos públicos para investimentos.

"Não pode o governo brasileiro investir bilhões, colocar dinheiro público para ajudar as empresas a saírem de dificuldades e elas continuarem demitindo. Ou essas empresas assumem o compromisso de não demitir ou o governo terá que refazer as linhas de financiamento", disse Lupi.

O ministro disse que ainda hoje deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a adoção de novas medidas para reduzir os efeitos da crise no mercado de trabalho. "Termos várias sugestões, como a extinção de horas extras, adoções de medidas sociais, isso é fundamental. Já montamos um conselho que vai acompanhar todos os investimentos do FGTS e do FAT para exigir deles a garantia do emprego".

Segundo o ministro, é preciso ter "muita tranqüilidade para que qualquer atitude governamental vise incentivar e garantir o emprego e o crescimento da economia."

Lupi afirmou que a queda do número de empregos já era esperada desde outubro. E que a expectativa é de que a redução dos postos de trabalho continue em janeiro e fevereiro e volte a crescer em março.

"Isso já era previsível, desde outubro nós temos alertado que essa questão da crise internacional ia ter uma repercussão maior no Brasil no final do ano. Em dezembro já há uma queda grande normal devido ao fim dos contratos temporários e já prevíamos que ia aumentar. Não temos números fechados, mas deve ser bem maior que o habitualmente é", antecipou Lupi.

"Teremos janeiro e fevereiro fracos em relação ao emprego e março voltando a ter o fortalecimento da empregabilidade, conseqüentemente pelo fortalecimento da economia", ponderou.

O ministro acredita que as medidas anunciadas pelo governo para enfrentar a crise devem surtir efeito a partir de março. "As várias decisões que o governo tomou no sentido de diminuir o impacto dessa falta de crédito, com a retirada de alguns impostos, incentivos fiscais para alguns setores, começarão a repercutir em março. Até porque janeiro e fevereiro não são meses de grandes lançamentos da construção civil e é período de férias".

O ministro cobrou das empresas que agora, no período de crise, não "culpem" o trabalhador por uma responsabilidade que não é deles. "Na hora da bonança, em que os lucros estavam grandiosos para todos, não chamaram os trabalhadores para dividir os lucros. Na hora em que a economia tem algum tipo de crise, a primeira coisa que alguns empresários fazem, de uma maneira completamente insensível e irracional, é demitir".

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