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Economia

Mais prejudicial que crise, má gestão é atalho para falência empresarial

Liana Feitosa | 18/10/2015 11:27
É preciso ficar atento ao que está sendo usado para a operacionalização do serviço, como água, luz, gasto com o prédio, horas trabalhadas pelos funcionários e horas de funcionamento das máquias, orienta o administrador. (Foto: Fernando Antunes)
É preciso ficar atento ao que está sendo usado para a operacionalização do serviço, como água, luz, gasto com o prédio, horas trabalhadas pelos funcionários e horas de funcionamento das máquias, orienta o administrador. (Foto: Fernando Antunes)

Nos últimos meses a tão falada crise econômica tem sido culpada de muitas falências e fechamentos de porta. No entanto, a má gestão de negócios pode ser vilã mais cruel que as instabilidades financeiras, garante analista técnica do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Pensando nisso, medidas simples podem ser adotadas na administração do negócio com o objetivo de alcançar bons resultados e afastar o pessimismo.

"O empresário é o principal interessado no sucesso do seu negócio, ele tem que olhar como um todo a empresa. Se a visão dele está míope, se ele está olhando apenas uma parte só da empresa, a parte que ele não está olhando vai fracassar e todo o empreendimento pode morrer", afirma Janaína Mansílha, ligada ao programa Sebrae de Excelência em Gestão.

De olho - "Como estão meus colaboradores? Como está minha força de trabalho? Como meu cliente está me percebendo? Será que ele está nervoso, com medo, ansioso por causa da crise? Esses são questionamentos que o empresário precisa fazer para si constantemente", aconselha.

Para ela, depende do empresário a sobrevivência da empresa e é papel dele a busca por informação e excelência. "Ele precisa sempre olhar de perto o atendimento, tem que estar o tempo todo em diálogo com funcionários. Ele também precisa ver o que o mercado tem oferecido e o que pode ser feito além. Sem contar que o empreendedor também pode trazer boas ideias de outras empresas para a dele", avalia.

O administrador campo-grandense Andrei Barbosa comanda há 14 anos a empresa Systemática, que trabalha com softwares e tecnologia da informação. Ele acredita que justamente esses momentos de instabilidade podem ser aproveitados para a busca de novos caminhos.

Inovar - "Toda vez que a gente se depara com momentos difíceis na economia, temos que ver as oportunidades que o mercado começa a abrir. Com a dificuldade, as pessoas precisam muito mais de controle, então posso oferecer mais mecanismos, mais softwares que permitem que as empresas diminuam custos", exemplifica o empresário.

Administrador Andrei Barbosa é empresário do setor de tecnologia da informação há 14 anos e acredita que momentos de crise financeira podem ser aproveitados para a busca de novos caminhos.(Foto: Fernando Antunes)
Administrador Andrei Barbosa é empresário do setor de tecnologia da informação há 14 anos e acredita que momentos de crise financeira podem ser aproveitados para a busca de novos caminhos.(Foto: Fernando Antunes)

Portanto, esse é o momento de repensar muita coisa. "Já estou fazendo o planejamento para o próximo ano e, por isso, estou levando em consideração as análises de mercado, pensando nos gastos com funcionários e na realidade da empresa", detalha.

"Você tem que ficar de olho não só no material que você está consumindo na empresa e no que está vendendo para o cliente, mas também o que está consumindo para operacionalizar o serviço: água, luz, gasto com o prédio, horas trabalhadas pelos funcionários, horas de funcionamento das máquias, tudo isso entra no controle de custos", orienta o administrador. "Se não tiver controle de tudo isso, pode estar sem noção real do que está gastando de fato", avalia.

Quem pode ajudar - Tudo isso interfere na saúde financeira do empreendimento e pode levar o negócio à falência como resultado de uma gestão sem qualidade, e não por fatores externos. "Nessa fase difícil (da economia), acredito que muitos empresários estão sendo prejudicados, estão com dificuldades gerenciais. Mas as pessoas não se atentam ao fato de que existem entidades que ajudam nisso, ajudam as empresas a se preparar para momentos difíceis", compartilha Andrei.

"Quem não se preparar para se manter, vai acabar parando. O Sebrae tem muitos serviços de apoio, tanto para microempresários, como para empreendedores individuais. Você precisa estar se atualizando sempre, se reciclando, se não você morre", garante.

Micro e pequenos empreendimentos são maioria no Estado, mais de 90% dos negócios de Mato Grosso do Sul são de pequeno porte. Para Janaína, é preciso unir forças para que todos ganhem. "Há força nesse negócio e, no momento de crise, precisamos nos fortalecer ainda mais. O Sebrae se interessa em auxiliar esses negócios porque eles movimentam a economia local, o dinheiro fica aqui dentro e você fortalece a economia", finaliza a analista.

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