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Economia

Medicamentos ficam 12,5% mais caros a partir desta quinta-feira

Mariana Rodrigues | 30/03/2016 17:31
O repasse é feito de forma automática para o consumidor. (Foto: Marcos Ermínio)
O repasse é feito de forma automática para o consumidor. (Foto: Marcos Ermínio)

A partir desta quinta-feira (31), o consumidor vai pagar mais caro pelos medicamentos. De acordo com a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), o índice de reajuste deste ano deve atingir os 12,5%. A alta da energia elétrica e as variações no câmbio foram os principais fatores que influenciaram o índice deste ano.

O repasse é feito de forma automática para o consumidor, e em Campo Grande esse valor vai depender das distribuidoras, conforme ela for aumentando o preço, esse reajuste vai sendo repassado para os clientes.

A farmacêutica da Droga Med, localizada no bairro Cophasul, Irisnete Fernandes de Souza, explica que o repasse é feito de acordo com o medicamento. "Os 12,5% é a média, em alguns medicamentos de uso continuo, por exemplo, a porcentagem é menor que outros. A gente só fica sabendo quando chega o medicamento, então não tem como saber qual vai subir mais", conta.

Lorena Nogueira Alves, gerente regional da Rede de Farmácias Pag Menos, também aguarda a mudança para o repasse. "Ainda não sabemos se serão repassado os 12,5% aos nossos clientes ou não, vai depender de como serão os preços que as distribuidoras vão definir".

Na Drogaria São Lourenço, a proprietária e farmacêutica Priscila Alencar Puleo, afirma que vai tentar segurar os preços dos medicamentos que já tem em estoque. "A mercadoria que for chegando não tem como não ser repassada, até porque os 12,5% incide no valor dos impostos, no custo operacional da empresa, tudo fica mais caro", conta.

Quem faz uso continuo de medicamentos deve se precaver antes do aumento. (Foto: Marcos Ermínio)
Quem faz uso continuo de medicamentos deve se precaver antes do aumento. (Foto: Marcos Ermínio)

De acordo com o presidente-executivo da Interfarma, Antônio Britto, a base usada para calcular o reajuste é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Entre 2007 e 2016, a inflação aferida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta crescimento de 79,3%, enquanto os reajustes da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) chegaram a 61,2%. “Essa diferença mostra que, apesar do reajuste deste ano, os medicamentos continuam com seus valores corrigidos abaixo da inflação”.

Economia - O consumidor que utiliza medicamentos de uso contínuo devem encontrar maneiras para economizar. De acordo com Lorena Alves, uma forma para se precaver é tentar comprar os medicamentos ainda este mês, já que o repasse começa a valer para o consumidor a partir do dia 1º de abril. "O ideal é que ele se previna e compre unidades a mais, pois no momento em que o medicamento aumenta, ele é comercializado pelo preço de tabela".

A gerente da Drogaria São Bento, localizada na Manoel da Costa Lima, Adriana Cordeiro, conta que os clientes podem aproveitar os descontos semanais nas segundas e terças-feiras, que a rede oferece. "Temos descontos de até 60% em medicamentos genéricos, atendemos a farmácia popular, e no caso do medicamento de uso contínuo saem por 90% a 100%, além disso". Ela explica que os clientes que não conseguem se cadastrar no programa do Governo Federal para conseguir remédio com desconto, pode tentar por meio dos laboratórios.

Falta de medicamento - De acordo com empresário do setor é comum haver falta de medicamentos nas distribuidoras nesta época do ano, e para não sentir essa baixa, 90 dias antes as farmácias começam a fazer estoques.

Na Drogaria São Lourenço, Priscila Alencar Puleo conta que é comum, todos os anos, antes do aumento as distribuidoras segurarem medicamentos. "Quem tem poder de compra acaba fazendo um estoque maior antes do aumento, e não sobra para os pequenos comércios".

Ela conta que, em contato com as distribuidoras nesta semana, foi informada que quase 60% dos medicamentos que ela costuma comprar estão em falta, entre eles alguns antibióticos como a Ceftriaxona, usado em caso de infecção pulmonar e pneumonia. "Nós fizemos um estoque e a falta não chegou aqui, mas quem não fez com certeza está com problemas".

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