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Economia

Mesmo com "boom" imobiliário setor de alugueis resiste equilibrado

Luciana Brazil | 06/10/2013 08:13
Mesmo com "boom" imobiliário setor de alugueis resiste equilibrado

Apesar do “boom” imobiliário em Campo Grande, que tem ofertado cada vez mais novas construções, o mercado de imóveis para alugar continua equilibrado na Capital. Segundo especialistas, o setor permanece estável há quase 10 anos.

Para o presidente do Secovi (Sindicato das Empresas de Habitação) Marcos Augusto Netto, a estabilidade na oferta e procura de imóveis para alugar é resultado dos benefícios conquistados com a Lei do Inquilinato de 1991, que mudou regras e estabeleceu exigências.

“É positivo esse equilíbrio. Antes da lei, os proprietários deixavam de alugar porque os inquilinos faziam o que queriam nos imóveis. Com a lei e com as regras o equilíbrio se estabeleceu. Proprietários e inquilinos voltaram a fazer negócio”.

Além da mudança na legislação, a estabilidade dos preços na economia fez com que o setor se consolidasse, segundo avaliação do presidente do Creci/MS (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul), Delson José de Souza.

“Com a economia estável não há muita alteração de preço. Então, o inquilino sabe quanto irá pagar durante o contrato, até porque o reajuste é feito de acordo com o IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), que não está muito alto. Não era assim na época de grandes inflações. Os valores subiam muito e o inquilino não conseguia pagar, o que gerava grande inadimplência”.

Segundo Delson, há alguns anos, os reajustes chegavam a quase 80% em alguns casos. “ Agora com pouca alteração na economia, a inadimplência é baixa”.

Alguns períodos do ano apresentam demandas mais acentuadas na procura por imóveis para alugar, apesar da estabildiade do setor.  “Em janeiro, dezembro, junho, julho, períodos de férias, períodos de mudança de bairro ou cidade, o setor acaba ficando mais aquecido”, ressalta Delson.

Casas e apartamentos novos que estão à venda não conseguiram afetar o mercado de aluguel na Capital. O programa do governo Federal Minha Casa, Minha Vida, foi responsável pelo "boom" imobiliário em Campo Grande, segundo Delson.

As casas ainda são preferência para locação, em comparação com os apartamentos. “As residências são as mais procuradas. Muita gente compra apartamento na planta e vai pagando o aluguel de uma casa até que a obra fique pronta”, disse o presidente do Creci.

Os altos preços dos condomínios prediais fazem com que a procura de apartamentos para alugar seja menor do que a das casas.

A fisioterapeuta Silvana Martins, 37 anos, mora de aluguel desde que saiu da casa dos pais, há 10 anos. “Eu optei por alugar já que não tinha uma renda boa para financiar e, além disso, não achei um imóvel que estivesse dentro do meu bolso”. Ela conta que prefere pagar aluguel, ao invés de investir em algo que não faz parte do seu sonho, e enquanto isso garante que está fazendo uma pequena poupança.

“Sei que o aluguel é um dinheiro jogado fora, mas não vou investir agora em um apartamento pequeno. Quero uma casa grande, como sempre sonhei”. Em 10 anos, a fisioterapeuta já poderia ter juntado um bom dinheiro com o valor pago no aluguel, que varia entre R$ 800 e R$ 1.200 durante esses 10 anos.

“Mas quem não tem dinheiro é assim. Tem que ir levando. Eu estou fazendo uma poupança e prefiro pagar aluguel, morando em um lugar que gosto e tive sorte de encontrar com um preço ótimo. É melhor assim do que financiar um ‘apertamento’ e ficar no fim do mundo”.

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