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Economia

Mesmo sem aumento autorizado, etanol sobe e espanta consumidores

Nícholas Vasconcelos e Luciana Brazil | 11/03/2013 18:47
Preço faz consumidor deixar etanol de lado e ficar só na gasolina. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Preço faz consumidor deixar etanol de lado e ficar só na gasolina. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Mesmo sem aumento autorizado pelo Governo Federal, o etanol subiu, em média, 2,4% em Campo Grande nas últimas quatro semanas e espantou consumidores.

Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), no dia 10 de fevereiro deste ano, o litro do combustível era encontrado com valor médio de R$ 2,086 nos postos da Capital, enquanto no último sábado o preço praticado já estava em R$ 2,138.

“Abasteço o carro três vezes por semana, mas não coloco etanol porque não compensa”, revela o técnico em eletrônica Magno Ângelo, 38 anos, que viaja a trabalho pelo interior do Estado.
Gerente de posto de combustível há 10 anos, Militão Renovato, diz que a venda do combustível vem caindo desde janeiro, quando custava R$ 2,05.

“Quem tem carro flex não coloca etanol”, disse. Reflexo disso que por dia ele vende 7 mil litros de gasolina, enquanto o etanol não passa de 1,5 mil litros.

Para o diretor de comunicação do Sinpetro/MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso do Sul), Marcos Villalba, disse que o aumento é causado pela entressafra de cana-de-açúcar e que a partir de abril os preços devem cair.

MS é o quinto maior de cana-de-açúcar de etanol no Brasil e consumidores questionam preço de combustível (Foto: João Garrigó)
MS é o quinto maior de cana-de-açúcar de etanol no Brasil e consumidores questionam preço de combustível (Foto: João Garrigó)

Ele lembra que o preço do etanol tem que ser 70% do valor da gasolina, mas defende esse tipo de combustível. “Eu uso até quando dá 75 % do valor, o etanol é mais puro, renovável e polui quase nada”, comentou.

Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP (Universidade de São Paulo) mostra que o preço pago pelo litro ao produtor rural subiu 9,54%, de R$ 1,14, no começo do ano, para R$ 1,25, na semana passada em São Paulo.

Em Mato Grosso do Sul, os postos se defendem e dizem que a margem de lucro está abaixo dos 15%. Segundo o gerente Evaldo Rosário de Souza, o posto compra o combustível por R$ 2 e vende a R$ 2,19. “O posto poderia vender por até R$ 2,29”, diz.

O locutor de rodeios Carlão Pinheiro, 41 anos, lamenta o preço pago na bomba no Estado. “Temos tantas usinas e em quase todos os municípios temos plantação de cana”, questiona.

De acordo com a Biosul (Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul), foram moídas 37,2 milhões de toneladas de cana na safra 2013/2013, o que coloca o Estado como o quinto maior produtor brasileiro. Já o a produção de etanol hidratado foi de 1,43 bilhão de litros na safra passada.

Para “aliviar” o bolso, Pinheiro diz que abastece o carro com dois combustíveis. “Abasteço metade com etanol e a outra metade com gasolina, é um macete para economizar”, revelou.

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