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Economia

Na contramão dos bancos brasileiros, MS faz contratações no 1º quadrimestre

Zana Zaidan | 24/05/2014 15:58

Na contramão do mercado financeiro brasileiro, que passou os quatro primeiros meses do ano sem uma única contratação, Mato Grosso do Sul abriu nove novos postos de trabalho, conforme pesquisa da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) divulgada na quinta-feira (22).

Estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, não contrataram nenhum agente bancário de janeiro a abril e, juntos, demitiram, 1.682 funcionários. Em todo Brasil, foram 2.567 demissões no período.

O resultado só não foi pior para o setor, analisa a Contraf, porque a Caixa Econômica Federal abriu 1.256 vagas.

Fonte: Contraf
Fonte: Contraf

Rotatividade - Conforme o estudo, além da diminuição de vagas, a rotatividade permaneceu alta no período. Os bancos brasileiros contrataram 11.080 funcionários e desligaram 13.647.

Um total de 15 estados apresentaram saldos negativos de emprego. Os maiores cortes ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 1.301, 381, 362 e 251 cortes, respectivamente. O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 128 novos postos.

"Apesar dos lucros bilionários, os bancos brasileiros, especialmente os privados, seguem fechando postos de trabalho em 2014, a exemplo dos últimos meses de 2013, o que é injustificável. No ano passado, os seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e HSBC) lucraram R$ 56,7 bilhões", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Para ele, "banco que não cria empregos anda na contramão da economia do país, prejudica os bancários, piora o atendimento dos clientes e da população e não contribui para o crescimento com distribuição de renda".

Salários - A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros quatro meses do ano foi de R$ 3.221,18 contra o salário médio de R$ 5.206,73 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio equivalente a 61,9% da remuneração dos que saíram.

"Os bancos privados continuam praticando a maldita rotatividade, um instrumento perverso utilizado para reduzir a massa salarial e aumentar ainda mais os lucros", aponta o presidente da Contraf-CUT. "Nos últimos dez anos, os bancários conquistaram aumentos reais consecutivos, mas esses ganhos foram corroídos pela rotatividade, reduzindo o crescimento da renda da categoria", denuncia.

Para Cordeiro, "os números da nova pesquisa reforçam cada vez mais a certeza dos bancários de ampliar a luta contra as demissões e pelo fim da rotatividade, por mais contratações e contra o PL 4330 da terceirização, como forma de proteger e ampliar o emprego da categoria e da classe trabalhadora".

Os dados constam na Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta quinta-feira (22) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que faz o estudo em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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