ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Economia

Nem com mais dinheiro no mercado, moedas aparecem

Mariana Lopes | 21/12/2012 09:13
Com o dinheiro na mão, Nathália afirma que sempre que possível, ela facilita o troco (Fotos: Luciano Muta)
Com o dinheiro na mão, Nathália afirma que sempre que possível, ela facilita o troco (Fotos: Luciano Muta)
Consumidor mostra comprovante de que deveria receber R$ 1,22, mas as moedas somam R$ 1,20. (Foto: Repórter News)
Consumidor mostra comprovante de que deveria receber R$ 1,22, mas as moedas somam R$ 1,20. (Foto: Repórter News)

Nas ruas de Campo Grande a movimentação do comércio aumenta de acordo com a aproximação das festas de final de ano, o que significa um aumento na circulação de dinheiro no comércio. Indicativo bom para os comerciantes, mas que nem assim dá fim a um problema de sempre: a falta de troco para o consumidor.

A reclamação é unânime. O cliente compra e na hora de receber os centavos, é uma dificuldade. Com o comprovante de pagamento em mãos, mostrando que deveria ter recebido R$ 1,22 de troco, um consumidor procurou o Campo Grande News com as moedas recebidas: faltavam dois centavos. O valor é baixo, mas o cliente, que pediu para não ser identificado, comenta que o fato de a situação ser frequente revela um problema que é muito maior. "O cliente acaba ficando com prejuízo".

A partir da reclamação dele, a equipe foi às ruas e constatou que a reclamação é unânime e que a dificuldade de troco continua sendo relatada por consumidores e por comerciantes. Ao cliente faz uma compra de valor baixo e paga com uma nota graúda. A proprietária de uma loja de lingerie, localizada na galeria São José, na Capital, é testemunha do sufoco que os comerciantes passam diariamente.

Regina Aparecida Souza conta que é comum faltar moeda na loja dela e é enfática em dizer que “o povo não circula o dinheiro corretamente”. A estratégia para não ficar totalmente sem moedas no caixa é fazer descontos. “Arredondo o valor da peça para evitar confusão com o cliente e um rombo no meu caixa”, explica.

Diante do embaraço de troco, Regina confessa que muitas vezes também acaba passando notas de alto valor em compras baratas só para trocar o dinheiro e garantir um pouco mais de moedas na loja. Ela ainda pontua que o valor que mais falta é de R$ 0,10.

Em uma lanchonete no centro de Campo Grande, o problema de troco não é diferente. “Aqui trabalhamos muito com centavos e é bem comum as pessoas pagarem com notas de R$ 100 e R$ 50, então sofremos muito com moedas”, conta a gerente, Emanuely Daiany da Silva Dolores.

O jeito, afirma a gerente, é pedir dinheiro trocado aos clientes. “Geralmente as pessoas não se atentam em facilitar o troco, dão a primeira nota que encontram na carteira”, justifica.

Na loja de langerie, Regina conta que o que mais falta é moeda de R$ 0,10
Na loja de langerie, Regina conta que o que mais falta é moeda de R$ 0,10
Na lanchonete, o problema não é diferente: falta moeda
Na lanchonete, o problema não é diferente: falta moeda

Em lojas onde os preços são mais altos, o sufoco com o troco não é diferente. A gerente de uma loja de roupas, Marcilene Silva de Oliveira, conta que para ela o problema está na falta de notas de R$ 2 e R$ 5 e nas moedas de R$ 1.

“E nessa época do ano acontece com mais frequência, até porque o fluxo também aumenta. É comum as pessoas tirarem dinheiro do banco, e geralmente notas altas, e ir direto às compras, e é ai que falta troco”, explica Marcilene.

Do outro lado do caixa, os clientes justificam. “Acho comum essa troca no comércio, quando eu preciso trocar meu dinheiro para pagar outras coisas, acabo comprando algo barato e pago com nota de valor alto”, confessa a auxiliar de cobrança Daiane Aline de Assis, 21 anos.

Na boca do caixa, a acadêmica Nathália Sandim, 20 anos, dá exemplo de boa cliente. Na loja de acessórios a total das compras dela deu R$ 15,50, o que ela pagou com uma nota de R$ 50 e, por iniciativa própria, entregou à operadora do caixa uma moeda de R$ 0,50.

“Tenho o costume de facilitar o troco sempre que tenho moeda na carteira. As lojas precisam que as moedas circulem”, argumenta a acadêmica.

O CDC (Código de Defesa do Consumidor) garante ao consumidor a exigência do troco exato. É obrigação do estabelecimento arredondar o valor da mercadoria para baixo, caso não haja moeda para retornar ao cliente.

Ainda segundo o CDC, as famosas balinhas que são oferecidas como troco incidem como prática abusiva e transformam a negociação em venda casada.

Nos siga no Google Notícias